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Prisão de suspeitos de estupro ainda está sendo avaliada, diz chefe da Polícia Civil

"Há indícios veementes de que houve estupro, mas não podemos afirmar ainda"

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O chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, afirmou nesta sexta-feira (27), em coletiva de imprensa sobre o caso de estupro coletivo publicado na web, que há "indícios veementes" sobre o crime, mas que ainda não se pode afirmar se houve ou não estupro. De acordo com ele, o pedido de prisão dos quatro suspeitos identificados até agora ainda está sendo avaliada. O vídeo com o ocorrido mostra a vítima desacordada com órgãos genitais expostos, e um homem que diz que “uns 30 caras passaram por ela”.

Fernando Veloso disse que o caso deixou a polícia perplexa. "O crime deixou todos perplexos com a capacidade que o ser humano tem de cometer o crime com as características que foi. Deixou a própria polícia perplexa que lida com isso todos os dias", disse. "Há indícios veementes de que houve estupro, mas não podemos afirmar ainda se houve ou não, se que forma houve. Não podemos nos basear no 'ouvi dizer'." 

Veloso ressaltou que apenas "o exame de corpo de delito vai apontar se houve estupro ou não". "O laudo pode trazer uma certeza ou uma dúvida. Pode demandar outra diligência para sanar uma dúvida que surge no próprio lado."

Para Veloso, o caso, contudo, o caso "é um absurdo por si", a começar pela divulgação do vídeo do crime na internet, 

O delegado titular da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), Alessandro Thiers, disse que tem a localização dos quatro homens identificados por participar ou divulgar o vídeo. "A polícia se preocupa em investigar e buscar a verdade, não só prender." Nenhum dos quatro foi ouvido pela polícia.

A delegada-titular da Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (DCAV), Cristiana Bento, informou que o programa de proteção à testemunha está pronto para ser acionado pela vítima e sua família.

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'Não dói o útero e sim a alma'

A adolescente que foi vítima do estupro coletivo desabafou pelas redes sociais. "Todas podemos um dia passa e por isso .. Não, não doi o útero e sim a alma por existirem pessoas cruéis sendo impunes !! Obrigada ao apoio", disse a menina.

Muitas mulheres se mobilizaram para levar o caso para o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MP-RJ) nesta semana, depois que as imagens foram compartilhado nas redes sociais. Foi feita uma denúncia anônima com o vídeo e capturas de tela de publicações, e o MP também recebeu diversas comunicações sobre o caso. 

A conta que inicialmente divulgou o vídeo foi bloqueada do Twitter, após a série de denúncias. A Safernet, organização sem fins lucrativos dedicada à defesa e promoção dos direitos humanos na internet, pede que as imagens não sejam compartilhadas para não expor ainda mais a vítima.