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Polícia desarticula quadrilha ligada à máfia da saúde no Rio

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A Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e de Inquéritos Especiais (Draco/IE) faz uma operação nesta quarta-feira (9) para cumprir nove mandados de prisão e 25 de busca e apreensão contra uma quadrilha acusada de fraudar mais de R$ 48 milhões em recursos públicos em hospitais municipais do Rio. Os acusados foram denunciados pelos crimes de peculato e falsidade em organização criminosa.

Foram apreendidos joias, relógios, documentos, além de dois Ferraris; e cerca de R$ 500 mil em espécie na casa de dois dos detidos.

As fraudes seriam realizadas por meio da Organização Social Biotech Humanas com o município do Rio. A operação “Ilha Fiscal” teve origem a partir de denúncia contra 37 pessoas que integram a OS, responsável por gerenciar os hospitais municipais Pedro II e Ronaldo Gazolla.  A investigação aponta que foram feitas compras superfaturadas e pagamentos por serviços não prestados.

O Biotech é presidida por Walter Pellegrini Junior. Segundo informações obtidas pelo Jornal do Brasil, Walter teria fugido às 4 horas da madrugada desta quarta-feira, de seu apartamento no luxuoso condomínio Golden Green, que fica no número 5.100 da Avenida Sernambetiba, na Barra da Tijuca. Ele teria fugido a bordo de seu carro de luxo Bentley. 

Segundo informações, Valter teria inclusive comprado o primeiro andar inteiro do prédio de luxo para montar uma academia de ginástica avaliada em R$ 7 milhões. Ele ocupa o terceiro andar do condomínio de luxo, e goza de uma vida bem diferente da que tinha 10 anos atrás, quando ele e o irmão, Wagner, moravam num quarto e sala em Nova Iguaçu.

Como foi antecipado pelo JB, a Polícia Rodoviária Federal efetivou a prisão de Walter Pellegrine Junior, quando o mesmo chegava em sua fazenda, no município de Vassouras, no interior do estado do Rio de Janeiro, dirigindo um Bentley, avaliado em R$ 1 milhão. Em sua fazenda, foram encontrados cavalos de raça, carros e artigos de luxo, que comprovavam a vida de ostentação do gestor da Biotech, contrariando a alegação dada ao Ministério Público de que ele e seu irmão possuíam um apartamento quarto e sala, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense.

Nesta manhã, o prefeito Eduardo Paes (PMDB), determinou o afastamento imediato dos gestores da Biotech, responsáveis pela administração dos hospitais Pedro II, Raul Gazolla e o Hospital de Acari. Durante o lançamento das obras de uma clínica da família, em Benfica, o prefeito se pronunciou sobre o caso.

“A prefeitura vai colaborar com a polícia. Se a fraude se confirmar, os culpados devem ser punidos e, se Deus quiser, o dinheiro será recuperado”, afirmou Eduardo Paes.

Através de nota, a Secretaria Municipal de Saúde informou que as Comissões Técnicas de Avaliação (CTA) dos hospitais já vinham sendo questionadas em relação aos gastos e às prestações de contas.

“Em virtude da falta de resposta aos questionamentos feitos quanto a este contrato, a SMS publicou no Diário Oficial de 7 de dezembro autorização para novo chamamento público visando a substituição da Biotech na unidade a partir de janeiro de 2016”. Informa a secretaria.