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Manifestantes protestam na sede da Petrobras contra paralisação de obras

Trabalhadores e políticos pedem retomada de refinaria e da indústria naval

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Trabalhadores do Comperj e políticos da Região Metropolitana do Rio de Janeiro realizam o 'Ato Juntos pelo Comperj - Refinaria já !', nesta segunda-feira (24), em frente a sede da Petrobras, no Centro da capital. Eles criticam a paralisação de obras e pedem a conclusão de refinarias do complexo, em Itaboraí. Municípios vizinhos já sofrem com desemprego e perda de receitas. O ato atraiu centenas de pessoas.

A Petrobras informou em nota que as obras da central de utilidades que vai suportar a partida da unidade de processamento de gás natural estão em andamento e que, quanto ao projeto da Refinaria Trem 1, a estatal está estruturando um modelo de negócios.

O prefeito de Niterói, Rodrigo Neves, de São Gonçalo, Neilton Molim, de Itaboraí, Helil Cardoso e representantes de outras cidades chegaram a tentar encontro com o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine. Rodrigo Neves, Helil Cardoso, e representantes dos trabalhadores entraram no prédio da Petrobras durante a tarde para encontro com o diretor de Abastecimento, Jorge Ramos, e de Engenharia, Roberto Moro.

À saída, o prefeito de Itaboraí protestou pela ausência de Bendine na reunião. “Nós não estamos satisfeitos, porque não fomos recebidos por quem decide. O Bendine não nos atendeu. Simplesmente botou uma comissão para nos atender”, disse Helil, à saída do prédio. Segundo Helil, existe a expectativa da participação de dois grupos internacionais para terminar de construir o restante da refinaria, estimado em 18%.“Hoje o que falta é vontade da presidência da Petrobras para que se concluam as obras.”

Rodrigo Neves disse que o movimento deve continuar, para que a economia dos municípios e do estado não sofram mais com a interrupção dos investimentos. Niterói é o principal polo naval do país, abrigando diversos estaleiros, boa parte deles voltada para a construção de plataformas, navios de apoio e petroleiros encomendados pela Petrobras. Segundo Neves, dos 40 mil trabalhadores que esses estaleiros tinham, até dois anos atrás, hoje restam cerca de 20 mil.

“Os dirigentes que nos receberam sinalizaram que, no tocante ao Comperj, haverá a contratação, na próxima semana, de alguns projetos. Quanto à construção naval, ficamos de marcar uma nova reunião, para que possamos ter uma resposta mais conclusiva. [O Bendine não nos atendeu] com a justificativa de que não estava no prédio da Petrobras”, afirmou o prefeito de Niterói.

A Petrobras divulgou nota dizendo que o presidente Bendine havia recebido os prefeitos da região na última quinta-feira (20) e que hoje estiveram na reunião dois representantes da Petrobras ligados aos empreendimentos. 

Antes de chegar à sede da estatal, os manifestantes interromperam o tráfego em vias como a Avenida Rio Branco e a alça de acesso da Ponte Rio-Niterói para a pista Central da Avenida Brasil. O ato é organizado pelo Consórcio Intermunicipal do Leste Fluminense (Conleste), presidido por Helil Cardozo, prefeito de Itaboraí, onde a perda da arrecadação chega a 50%.

O ato pede o término de pelo menos uma das duas refinarias previstas para o Comperj. Em nota, a Petrobras informou que as obras, que não estão paralisadas, seguirão a estratégia definida pelo PNG 2015-2019 e já estão com 85% de avanço físico. "Atualmente, encontram-se em atividade cerca de 11.500 trabalhadores, em 21 grandes contratos de construção e montagem", disse a estatal em nota.

De acordo com o Ministério Público do Trabalho, o atraso de mais de três anos nas obras do complexo prejudicou mais de quatro mil trabalhadores. O último balanço da Petrobras indicou que só com o Comperj o prejuízo foi de R$ 21,833 bilhões.

* Com Agência Brasil