A Polícia Militar do Rio de Janeiro ocupa nesta terça-feira (30/6) o Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte da cidade, no lugar da tropa do Exército que atuava na Força de Pacificação, que permaneceu na comunidade por um ano e três meses, através de um convênio com o estado extendido por duas vezes. A transição de comando está agendada pela Secretaria de Segurança Pública para às 11 horas, com a presença do comandante da 1ª Região Militar, general Carlos Alberto Neiva Barcellos.
O Complexo da Maré é composto por 15 favelas, com uma população de, aproximadamente, 140 mil pessoas. Um balanço da ocupação pela Força de Pacificação foi divulgado nesta segunda-feira (29). Os dados apontam que o Exército realizou 83 mil ações, 674 prisões e 255 apreensões de menores, 1.356 apreensões de armas, drogas, munições, veículos e motos. Um estudo do Instituto de Segurança Pública (ISP), detalha que a taxa caiu de 21 mortes por 100 mil habitantes ao ano para 5,33 mortes no mesmo período. Foram investidos pelo estado R$ 560 milhões.
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As Forças Armadas concluíram que o uso ostensivo de armas diminuiu e o comércio ilegal de entorpecentes teve forte redução. Além disso, a taxa anual de homicídios na região era aproximadamente quatro vezes maior, antes da ocupação. O Comando Militar do Leste ressalta que projetos sociais e de limpeza como esgotamento sanitário e regularização do recolhimento de lixo só foram possíveis com a presença da Força de Pacificação.
Apesar da ocupação pelo Exército, os conflitos ainda continuam na região, inclusive com o fechamento das escolas nos dias de troca de tiros. Pelas avaliações das ações militares, 24 pessoas morreram nos locais de ocupação durante os confrontos armados entre suspeitos e agentes, desde abril do ano passado. Na semana passada, um morador morreu atingido no pescoço por uma bala perdida, no entanto, o autor do disparo não foi identificado.
As primeiras comunidades a serem entregues à PM do Rio foram Roquete Pinto, Praia de Ramos, Parque União, Rubens Vaz e Nova Holanda. Serão criadas quatro bases da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Maré.
* Com Agência Brasil