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Rio registra duas mortes e quatro feridos em dois dias seguidos de confrontos em área de UPP

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Sorridente e aliviado, o menino Wesley Barbosa, de 12 anos, deixou o Hospital Municipal Miguel Couto, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na tarde desta quinta-feira (18/6), após ficar um dia internado para se recuperar de um ferimento causado por bala perdida no rosto. O adolescente é uma das quatro pessoas feridas desde a manhã desta quarta-feira (17) durante confrontos entre policiais e suspeitos em áreas que já receberam Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Nestes dois dias, duas pessoas também morreram vítimas de balas perdidas.

Na manhã desta quinta (18) um adolescente foi baleado e morreu durante uma troca de tiros entre policiais militares e suspeitos no Complexo do Alemão, na Penha, Zona Norte. Segundo o comando da UPP do Alemão, os policiais da unidade foram recebidos a tiros por homens armados, no momento que faziam o patrulhamento na localidade Largo da Pedra. Os PMs revidaram ao ataque e o adolescente foi atingido por uma bala perdida. O rapaz ainda foi levado com vida para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Itararé, mas não resistiu aos ferimentos. Os agentes conseguiram apreender uma pistola calibre 9mm. No final da tarde, o comando da UPP informou que será aberto um Inquérito Policial Militar (IPM) para investigar as circunstâncias da morte do adolescente. As armas dos PMs foram apreendidas e encaminhadas para a perícia.

Na noite de quarta (17), Vanderlei Conceição de Albuquerque, de 34 anos, foi baleado e morreu em uma troca de tiros entre supostos criminosos e soldados do Exército no Conjunto de Favelas da Maré, na Zona Norte. No confronto, três agentes também ficaram feridos e foram levados para o Hospital Central do Exército, em Benfica, no Subúrbio, com ferimentos leves. Um deles, no entanto, teve que passar por cirurgia no braço para retirada de estilhaços.   

Segundo a Força de Pacificação, os soldados do Exército estavam fazendo patrulhamento de rotina na localidade Vila dos Pinheiros, por volta das 20h30, quando foram atacados por homens suspeitos. Ambos os casos, no Complexo do Alemão e na Maré, foram encaminhados para investigação pela Delegacia de Homicídios da Capital.

Na manhã de quarta (17), o menino Wesley Barbosa, de 12 anos, foi atingido por uma bala perdida dentro de casa, na comunidade da Rocinha, na Zona Sul da cidade, durante uma mega operação do Comando de Operações Especiais (COE), com apoio de agentes dos Batalhões de Choque e Ações com Cães (BAC) e Marítimo, com o objetivo de combater o tráfico de drogas na região. Wesley foi atingido no rosto e levado para o Hospital Miguel Couto. Segundo familiares, o adolescente deixou de ir para a escola por causa do tiroteio e ainda chamou a atenção da mãe que estava muito próxima a uma janela e podia ser baleada. A família do adolescente critica os horários em que as operações policiais são realizadas nas comunidades. "Eles [Policiais Militares] sempre entram na comunidade com estas operações nos horários em que as crianças e trabalhadores estão saindo ou chegando. Isso sempre aconteceu", salienta Fernandes Júnior, primo do pai de Wesley, que ajudou no socorro do menino. 

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