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Rio tem semana marcada por manifestações contra violência à PM

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Depois da manifestação organizada pela ONG Rio de Paz que reuniu centenas de pessoas na manhã desta terça-feira (9/12) na praia de Copacabana, Zona Sul do Rio de Janeiro, contra as mortes violentas de policiais militares registradas nas últimas semanas, outro protesto ganha força nas redes sociais em torno da mesma questão. Agendado para o próximo domingo (14), também na orla de Copacabana, o ato com concentração no Posto 6 teve inspiração no movimento #basta, criado pela PM Flávia Louzada e pela jornalista Roberta Trindade, que usou o seu blog e perfil no facebook para postar mensagens e fotos enviadas por internautas aderindo a campanha. A caminhada vai contar com a presença de familiares e amigos dos policiais assassinados ou que sofreram algum tipo de violência nos últimos meses. 

Segundo Roberta Trindade, até a tarde desta terça (9) mais de mil pessoas confirmaram presença no protesto através do facebook do movimento. De acordo com a policial Flávia Louzada, o movimento tem ainda a finalidade de apoiar a proposta de transformar em crime hediondo o assassinato de servidores da segurança pública, com o endurecimento das penas. Roberta Trindade tem recebido milhares de fotos a favor da campanha. Ela que acompanha as estatísticas de mortes de policiais desde 2009, se surpreendeu com os números registrados no decorrer deste ano, que apontam para seis PMs baleados por semana.

A jornalista foi uma das participantes do ato solene organizado pela ONG Rio de Paz, que tomou as areias de Copacabana na manhã desta terça-feira (9). Os voluntários da ONG armaram na praia 152 cruzes pretas com os nomes de policiais militares assassinados no Rio nos dois últimos anos. Além de uma cruz de três metros de altura, formada com os uniformes da Polícia Militar manchados de tinta vermelha e um Um cartaz posto na frente da instalação exibindo a mensagem: "Em memória dos policiais militares que tombaram pela população do Estado do Rio de Janeiro".

Segundo o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, o protesto foi organizado a pedido dos próprios familiares e amigos das vítimas, que participaram de uma homenagem feita às 11 horas, em meio as cruzes. No último fim de semana, o policial militar Geraldo Luiz da Silva, que era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Vila Kennedy, na Zona Oeste, foi morto a tiros durante a sua folga, quando visitava familiares na comunidade de Cosme e Damião, em Realengo. Em menos de um mês, Geraldo foi a sexta vítima de violência contra PMs no Estado.

O presidente da Rio de Paz solicitou uma estatística informal do número de policiais militares mortos entre os anos de 2013 e 2014. De acordo com Antônio Carlos, o levantamento apontou para 152 agentes vitimados neste período. Costa disse ainda que um pedido de audiência com o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, será feito pelos policiais militares e pelo Rio de Paz, visando apresentar formalmente as principais reivindicações da categoria.