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Praia de Copacabana amanhece com cruzes pretas com os nomes do PMs mortos

Ato da ONG Rio de Paz reúne familiares dos policiais mortos nos últimos dois anos no RJ

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Soldado Jonas, Cabo Simão, Soldado Ribamar, Sargento Eduardo, Soldado Geraldo... Cento e cinquenta e duas cruzes pretas com os nomes de policiais militares assassinados no Rio de Janeiro nos dois últimos anos amanheceram fincadas nas areias da praia de Copacabana, na Zona Sul da cidade, nesta terça-feira (9/12). O ato foi organizado pela ONG Rio de Paz, a pedido dos próprios familiares e amigos das vítimas, que participaram de uma homenagem feita às 11 horas, em meio as cruzes. No último fim de semana, o policial militar Geraldo Luiz da Silva, que era lotado na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Vila Kennedy, na Zona Oeste, foi morto a tiros durante a sua folga, quando visitava familiares na comunidade de Cosme e Damião, em Realengo. Em menos de um mês, Geraldo foi a sexta vítima de violência contra PMs no Estado. Familiares do soldado estarão presentes na manifestação.

No cenário da manifestação, os voluntários da ONG levantaram durante a madrugada uma cruz de três metros de altura, formada com os uniformes da Polícia Militar manchados de tinta vermelha. Um cartaz posto na frente da instalação exibe o dizer: "Em memória dos policiais militares que tombaram pela população do Estado do Rio de Janeiro".

Segundo o presidente da Rio de Paz, Antônio Carlos Costa, ele foi procurado pelo parentes dos policiais vitimados, que solicitaram a organização de um ato solene em favor do fim da violência contra a categoria. "Eles [os parentes dos policiais] sabem que sempre estamos do lado dos direitos humanos. O que ouvimos dessas pessoas é que o policial militar não está sendo ouvido pelas autoridades, estão trabalhando em condições desumanas e em um ambiente de Segurança Pública que enfrenta sério problemas sociais. Tem a situação crítica dos policiais que trabalham e moram nas comunidades. O governo atende à diversas classes, mas deixa um fosso de desigualdade entre as demais profissões e os PMs. Isso precisa ser resolvido para um verdadeira pacificação", disse Antônio Carlos. A data escolhida para o ato solene em Copacabana não foi por um acaso, ou seja, na véspera do Dia Internacional dos Direitos Humanos.

O presidente da Rio de Paz solicitou uma estatística informal do número de policiais militares mortos entre os anos de 2013 e 2014. De acordo com Antônio Carlos, o levantamento apontou para 152 agentes vitimados neste período. Costa disse ainda que um pedido de audiência com o governador do Estado do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, será feito pelos policiais militares e pelo Rio de Paz, visando apresentar formalmente as principais reivindicações da categoria.