Delegacia prende acusado de homicídio de PM em São João de Meriti 

Policial foi um dos mortos em onda de violência no Rio de Janeiro

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Policiais da Divisão de Homicídios da Baixada Fluminense (DHBF) prenderam, nesta quarta-feira (3), Luiz Carlos da Silva. Ele é apontado como autor do homicídio do policial militar Diego Santos de Oliveira, e de seu irmão, Diogo Santos de Oliveira, no sábado (29), em São João de Meriti. 

Segundo investigações, eles foram mortos por milicianos após perseguirem dois homens em uma motocicleta. Luiz Carlos se apresentou na unidade e contra ele foi cumprido um mandado de prisão pelo crime.

Diego foi um dos três policiais militares mortos na noite de sábado, numa onda de ataques a PMs que acabou fazendo com que o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, convocasse uma reunião com a cúpula da segurança para traçar estratégias. Os outros dois assassinatos de policiais aconteceram em Rocha Miranda e Magé. Segundo informações, os casos não têm ligação entre si, e os militares teriam sido vítimas de tentativas de assalto. As três mortes aconteceram numa semana marcada por ataques a policiais militares no Rio. Com as três mortes, o número de PMs baleados nos últimos dias subiu para 14, sendo que seis morreram.

Em Rocha Miranda, subúrbio do Rio, o subtenente da PM Jorge Serrão estava na companhia do filho, próximo a sua residência, quando dois bandidos os abordaram. Serrão tentou reagir e acabou morto. O filho do subtenente não ficou ferido. Já em Magé, no bairro do Suruí, o subtenente Jorge Henrique Xavier foi morto no que teria sido uma tentativa de assalto. 

As três mortes aconteceram justamente um dia após o JB publicar uma reportagem sobre a atual onda de violência contra a polícia militar do estado do Rio de Janeiro. Em contato com a reportagem do JB, um policial que não quis se identificar por medo de retaliação por parte do crime organizado frisou que a população precisa entender que o policial não é um super-herói, e sim uma pessoa comum, como outra qualquer.

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“As pessoas precisam ter a consciência de que o policial não é um super-herói, e sim um cidadão comum, que tem amigos, família. O trabalho do policial é dar segurança para a população e isso não é reconhecido. O que mais tem é órgão de direitos humanos querendo manchar a reputação da PM. Agora nós gostaríamos de ver esses órgãos nos defendendo, afinal, também somos humanos. Sempre recebemos notícias de que um companheiro foi assassinado de maneira brutal, e isso não pode continuar”, lamentou o policial.

O sociólogo, especialista em segurança pública e professor da UFRJ, Michel Misse, defendeu a implantação das Unidades de Polícia Pacificadora (UPP) nas comunidades, mas frisou que para melhorar a segurança é preciso modernizar a polícia.

“A instalação das UPPs foi algo positivo e que veio para ficar. No caso dessa onda de violência, eu creio que o bandido reage da maneira com que ele é tratado. A polícia é violenta, por isso o bandido ataca. Na ideia dele, ele mata para não morrer. Para melhorar os números seria preciso modernizar todo o sistema policial do país. Acredito até que a desmilitarização da polícia ajuda, despe a polícia desse aspecto militar”, comentou o sociólogo.

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