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Beltrame: "Investigações não atingem comandante-geral da PM"

José Luís Castro de Menezes continua no cargo após denúncias de corrupção envolvendo a PM

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Em declaração dada nesta quinta-feira (9), o secretário de Segurança do Rio de Janeiro,  José Mariano Beltrame, informou que as investigações feitas pela Operação Ave de Rapina,da Secretária de Segurança do Ministério Público do Rio de Janeiro, não atingem o comandante-geral da PM, José Luís Castro de Menezes.

O secretário de Segurança afirma ainda que o comando da corporação não estava ciente das investigações que envolveram o nome do ex-comandante do 17º Batalhão da Polícia Militar, na Ilha do Governador, Dayzer Corpas Maciel,  e que o levaram a prisão. Desfazendo assim, a possível ligação entre a promoção do ex-comandante para o 3º Comando de Policiamento de Área, na Baixada fluminense e sua prisão na manhã desta quinta-feira.

O comandante do 17°BPM (Ilha do Governador) e outros 15 policiais militares foram presos na Operação Ave de Rapina. Eles são acusados de se envolver com grupos de venda de drogas da Ilha do Governador, na Zona Norte da cidade.

Dois oficiais já foram presos na manhã de hoje: o ex-comandante do Batalhão da Ilha do Governador (17º BPM) coronel Dayzer Corpas Maciel, que segundo informações do boletim interno da PM foi nomeado para assumir o Comando de Policiamento Especializado (CPE), e o chefe do Serviço Reservado do 17º BPM, tenente Vítor Mendes da Encarnação.

Segundo investigações, os policiais tinham ligações com líderes do tráfico de comunidades da Ilha do Governador. No dia 16 de março, policiais abordaram um carro, com cinco suspeitos, que levavam quatro fuzis, 18 granadas, três pistolas e munições. Dos suspeitos, três foram presos e dois foram liberados mediante pagamento de propina.

Os policiais, contudo, de acordo com as investigações da secretaria, só apresentaram um fuzil à Polícia Civil. As demais armas foram revendidas para o próprio grupo. Eles são suspeitos ainda de roubar cordões de ouro e relógios dos traficantes. Durante esse episódio de extorsão, os policiais conseguiram R$ 300 mil. Apenas o comandante teria recebido R$ 40 mil na transação.

Esquema de sequestro 

De acordo com o MP, os PMs também estariam envolvidos com o sequestro de dois grupos de traficantes, em 16 de maio, um do Morro do Dendê, na Ilha do Governador, e o outro grupo de comunidades de Senador Camará, Zona Oeste do Rio. Os policiais teriam exigido R$ 300 mil para a libertação dos traficantes.

A ação teria partido depois que foram comunicados de que traficantes armados havia saido da Ilha em um Ford Ecosport vermelho. Os PMs, então, interceptaram o veículo foi interceptado e abordaram os cinco traficantes foram abordados - André Cosmo Correa Vaz, Rodrigo da Silva Alves, Evenílson Ferreira Pinto, Atileno Marques da Silva, o Palermo, e Rogério Vale Mendonça, o Belo. Apenas três deles, contudo, foram encaminhados  à 37ª DP (Ilha do Governador). Sob comando do 1° tenente Vítor Mendes, os outros dois foram levados para o bairro Itacolomi, ainda na Ilha do Governador, e tiveram sua liberdade negociada sob pagamento de R$ 300 mil, e libertados sete horas depois. 

Mendes também teria determinado que apenas um fuzil, de quatro dos que foram apreendidos, seria encaminhado à DP. Os outros foram vendidos a traficantes do Morro do Dendê por R$ 140 mil. Também havia sido apreendido com os traficantes 18 granadas, três pistolas, oito carregadores e munição, e roubados cordões de ouro e relógio, que foram divididos entre os policiais.

De acordo com as investigações, os policiais possuíam relação estreita com traficantes de drogas. Foi comprovado ainda que,  na ocasião do sequestro, o comandante do batalhão e o chefe do Serviço Reservado (P2) tiveram ciência e o comandante recebeu R$ 40 mil.