Foram realizadas na manhã deste domingo (7) a Parada Militar de 7 de setembro e também a 20a. edição do Grito dos Excluídos. Enquanto o número de manifestantes chegou a aproximadamente 700, o número de militares fazendo o policiamento era de mais que o dobro, um total de 1.700 homens.
Tobias Farias é articulador nacional do ato e parte do Fórum das Pastorais Sociais do Rio. Ele reforça que o evento busca a união dos movimentos sociais e a paz. Justamente num ato onde era pedido o fim da militarização da polícia e da criminalização dos movimentos sociais, o clima em diversos momentos foi de tensão, de acordo com ele, graças ao enorme contingente policiais, inclusive com a tropa de elite da PM, o Bope e também pela truculência da polícia.
Por volta das 12h30, na altura da Central do Brasil, manifestantes queimaram a bandeira nacional e policiais prenderam duas pessoas. Durante a prisão, houve empurra-empurra e os policiais usaram spray de pimenta para afastar os manifestantes. Na confusão, uma mulher também foi presa. Os três foram encaminhados à delegacia. Depois do tumulto, parte dos manifestantes se dispersou, enquanto outro grupo manteve a caminhada até a estátua de Zumbi dos Palmares, onde houve discursos.
“A lógica da policia é a lógica da repressão, da truculência. Tudo poderia ter transcorrido sem nenhum incidente, mas se cria uma tensão muito grande com aquele número imenso de soldados do Bope, armados par a guerra. Nós entendemos que a policia não cumpre seu papel, ela não diminui a violência. A policia do Rio é a que mais mata e mais morre e está provocando a guerra. É realmente uma lógica de guerra, que somos contra”, comenta. nós somos contrários a uma lógica de guerra.
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“É uma contradição. Fomos criminalizados e vimos todo o aparato que a polícia tem contra a gente, de uma forma desproporcional”, disse Tomas. Durante a marcha mais uma arbitrariedade foi cometida, segundo manifestantes. Os ativistas que estavam portando instrumentos musicais foram parados e não puderam seguir até que a parada militar, que também conta com instrumentos, fosse finalizada. Segundo manifestantes,o posicionamento de impedir a passagem foi do comando da PM e só houve prosseguimento do ato depois de muita negociação.
“Não somos contrários a existência da polícia, mas da polícia com lógica militar, que tem um inimigo. A policia não tem um inimigo. E mais importante ainda, nós não somos inimigos. A polícia olha o manifestante, o integrante to movimento social e sobretudo o pobre, como inimigo”, lamenta Tomás.
*Do programa de Estágio do JB
* *Com informações da Agência Brasil