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Justiça decreta prisão do suspeito de acender rojão que matou cinegrafista

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A Justiça do Rio de Janeiro decretou na noite desta segunda-feira o pedido de prisão temporária do homem suspeito de ter acendido o rojão que matou o cinegrafista da TV Bandeirantes Santiago Ilídio Andrade. Trata-se de Caio Silva de Souza, de acordo com o Plantão Judiciário do Tribunal de Justiça do Estado.

Segundo  a nota do TJ, "há evidentes necessidades de se resguardar a instrução, a fim de que as demais provas sejam colhidas pela autoridade policial garantindo-se, ao final, a instrução da causa, que é de grande repercussão e que merece integral apuração, dada a lesividade social que os eventos violentos havidos nas recentes manifestações nesta cidade não mais se repitam".

Santiago morreu nesta segunda, três dias depois de ser atingido por um rojão na manifestação contra o aumento da tarifa dos ônibus, no Rio de Janeiro. A Polícia Civil já tinha o nome, endereço, idade e perfil de Caio Silva de Souza, segundo com o delegado titular da 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão), Maurício Luciano.

Com a ordem de prisão temporária expedida pela Justiça, o suspeito pode se entregar em qualquer unidade policial. Caso não se apresente, a polícia poderá cumprir o mandado a partir da manhã desta terça-feira.

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Por conta da morte do cinegrafista, o indiciamento tanto de Caio Silva de Souza, quanto o de Fábio Raposo, passará para homicídio doloso qualificado com uso de artefato explosivo, mais crime de explosão. Se ficar comprovado que eles agiam em bando organizado, ambos podem ser acusados ainda de formação de quadrilha, o que pode elevar a pena máximo para até 40 anos de reclusão.

O rosto do suspeito foi reconhecido por Fábio Raposo, detido no último final de semana por ter supostamente passado para este indivíduo o artefato que vitimou fatalmente o repórter cinematográfico. Ao contrário da primeira versão, Raposo, preso no complexo penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio de Janeiro, afirmou, de acordo com o relato do delegado Maurício Luciano, que “eles se encontravam em manifestações e que esse rapaz tem perfil violento”. 

“Aquele cara que tem função de briga, agressão, de instigar”, afirmou ainda Luciano. “Não foi um atentado à liberdade, o que se procurou foi atingir as forças policiais que vinham daquele lado. O Santiago ficou na linha de tiro”, completou.