A forte chuva que cai no Rio de Janeiro desde a noite de terça-feira provoca transtornos em vários pontos da cidade, segundo o Centro de Operações da Prefeitura. Às 3h50, toda a cidade entrou em estágio de atenção por causa de novas nuvens que se deslocaram em direção ao município. O Estágio de Atenção é o segundo nível em uma escala de quatro e significa chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas.
As chuvas castigam a cidade desde as 22h de terça-feira. Ainda no final da madrugada a Bacia de Jacarepaguá e a Baía de Guanabara entraram em estágio de alerta, que é o terceiro nível em uma escala de quatro e significa chuva forte nas próximas horas, podendo causar alagamentos e deslizamentos isolados. A Baixada Fluminense apresenta a situação mais crítica. Em Austin, um homem ficou ferido num desmoronamento. Em Anchieta e na Pavuna, nem os ônibus estão conseguindo circular pelas ruas. A Avenida Democráticos está completamente parada, na altura de Bonsucesso. As principais vias expressas estão fechadas. A Dutra está fechada na altura de Jardim América, por causa do alagamento do Rio Pavuna. Os pontos de ônibus estão lotados e muitos passageiros estão desistindo da viagem, retornando pela lateral da pista. Os coletivos estão retidos nas ruas dos municípios da Baixada. Em Marechal Hermes, moradores estão ajudando a resgatar passageiros em botes, porque as águas já atingem os degraus dos coletivos.
O trânsito está praticamente parado desde às 5h. A Avenida Brasil está interditada na altura de Bonsucesso e a Binário, completamente parada. A Linha Vermelha apresenta retenção em diversos trechos. Ainda no Centro, a Radial Oeste está fechada nos dois sentidos.
Quarenta e seis sirenes foram acionadas em diversas comunidades. Na região de Vaz Lobo, zona norte, as sirenes soaram às 4h50, alertando aos moradores para que deixassem suas casas e se dirigissem a pontos de apoio pré-estabelecidos em treinamentos.
Segundo a prefeitura, um dos protocolos de acionamento dos equipamentos consiste no registro de 40 mm de chuva em uma hora, o que pode deixar a encosta vulnerável a deslizamentos. Na comunidade do Sapê, choveu 45,0 mm.
Em Irajá, chovia muito forte por volta das 4h. No horário, foi registrado o acúmulo de 18 mm em 15 minutos. De acordo com o Centro de Operações, o rio Acari transbordou, atingindo as regiões vizinhas na altura do bairro de Realengo. Já o rio Marinho, afluente do rio Acari, transbordou na altura do bairro de Realengo.
Prefeito pede para população ficar em casa
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, pediu aos moradores da capital fluminense que "se puderem evitar o deslocamento, que o evitem hoje, e que não enfrentem um alagamento", em entrevista a rádio Band News. Paes reforçou ainda à população que atenda ao sistema de sirenes de comunidades com risco de desabamento.
"A prioridade é botar para funcionar o sistema de sirenes, para que as pessoas saiam de casa e acreditem nas sirenes. As encostas ficam muito molhadas e o risco de deslizamento é uma realidade”, frisou o prefeito que ainda comentou o enorme alagamento que se formou na Via Binária do Porto, na região portuária, recém-inaugurada para desafogar o trânsito na região com o fechamento e demolição do Elevado da Perimetral.
“O principal problema da região do porto é a drenagem. E ela não pega só uma avenida. É uma região que ainda está em obras. Não é para acontecer, mas vamos ter obra ali até 2016. Do jeito que alagou, mesmo com as bombas, tem um problema de engenharia que o pessoal está checando. Isso é inaceitável", explicou Paes.
Homem é levado por enxurrada
Em Nova Iguaçu, o pedreiro Martim Mesquita da Silva, de 50 anos, foi arrastrado pela correnteza do rio que corta Austin, na Baixada Fluminense. Ele está desaparecido desde a madrugada. Os bombeiros de Nova Iguaçu fazem buscas pela região em busca do pedreiro.
O Sistema de Alerta de Cheias do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) registra alerta máximo no Rio Botas, que corta os municípios de Belford Roxo e Nova Iguaçu, com risco iminente de transbordamento.
Os rios Pavuna e Manguinhos, na zona norte, também transbordaram, deixando as ruas do bairro intransitáveis.
Trânsito
A Companhia de Engenharia de Tráfego do Rio (CET-Rio) fechou, no início da manhã, o sentido centro da Radial Oeste. Também foi interditada a rua Radialista Waldir Amaral, no acesso pela Radial Oeste, por causa de um bolsão de água na via.
Segundo o Centro de Operações, quem segue em direção ao centro, vindo da estrada Grajaú-Jacarepaguá pode utilizar o trajeto: rua Teodoro da Silva, rua Pereira Nunes e rua Conde de Bonfim .Outra opção é utilizar o trajeto: rua Teodoro da Silva, rua São Francisco Xavier e Rua Conde de Bonfim.
Por volta das 8h30, a avenida Brasil também foi interditada, em ambos os sentidos, na altura do Trevo das Margaridas devido a um bolsão de água na via. Agentes da CET-Rio foram acionados para orientar os motoristas no local.
Por volta das 6h30, o acesso à Radial Oeste havia sido interrompido na altura do Maracanã, por causa do acúmulo de água na via. Uma das opções no local seria a rua Visconde de Niterói.
Mais cedo, eram registrados alagamentos nos dois sentidos da avenida Maracanã, na rua São Francisco Xavier e na rua Eurico Rabelo.
Trens e Metrô
O temporal que caiu na madrugada desta quarta-feira no Rio de Janeiro obrigou a Supervia, concessionária que administra o sistema de trens urbanos da região metropolitana, a fechar dois importantes ramais por volta das 6h, segundo informou o Centro de Operações da prefeitura.
No início da manhã, passageiros dos ramais Saracuruna e Belford Roxo ficaram sem transporte por causa da forte chuva. A SuperVia não informou se colocaria algum plano de emergência em ação.
A administração do metrô informou que a operação nas estações Pavuna e Colégio, na Linha 2, também foi suspensa.
Aeroporto
O temporal na capital fluminense provocou o fechamento do Aeroporto Santos Dumont, na região central. Segundo a infraero, as pistas foram fechadas para pouso às 7h21 e para decolagem às 7h48.
Às 9h40, o Santos Dumont registrava 11 decolagens 12 pousos cancelados.
Com Portal Terra