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Mais um dia de caos e violência nas ruas do Centro do Rio

Confronto entre black blocs, professores e PM terminou com feridos, presos e vandalismo na cidade

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A manifestação dos professores em frente à Câmara do Rio, durante a votação do plano de Cargos e Salários dos profissionais da rede municipal, acabou com novo confronto entre educadores, black blocs e Polícia Militar no Centro da cidade. Um grupo de black blocs infiltrado no protesto começou a confusão na porta da Câmara, no momento que os professores cantavam e gritavam palavras de ordem para os vereadores que participavam da votação. Os "mascarados" forçaram a porta da casa e tentaram quebrar as janelas arremessando pedras e pedaços de madeira. O Choque reagiu com bombas de efeito moral, gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha. 

Houve uma grande correria na Cinelândia e os professores tentaram se refugiar em ruas do Centro, enquanto a coordenadora do Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (SEPE), Marta Morais, pedia calma e também para os black blocs se retirarem do ato da categoria, que era pacífico até o momento, apesar do clima de tensão. Vinte pessoas foram detidas pelos policiais, sob alegação de arruaça, agressões à PM e depredação do patrimônio público e privado. Todos os presos são integrantes do grupo black blocs.

No plenário, o vereador Brizola Neto pediu para suspender a sessão por medida de segurança, após ouvir os barulhos de bombas de efeito moral do lado de fora da Câmara. O confronto começou na rua que fica ao lado da casa, a Alcindo Guanabara, e os professores foram dispersados com bombas de efeito moral jogadas pelo Choque. A tropa avançou para as escadarias da Câmara e retirou os professores que estavam protestando no local, novas bombas foram jogadas na direção dos educadores. O grupo de black bloc iniciou uma correria na Cinelândia, arremessando pedras e objetos na direção dos policiais militares e da imprensa. A PM ocupou as ruas próximas à Câmara dispersando os grupos que fugiram da área de conflito. 

O Metrô fechou todos os acessos da Estação Cinelândia causa da confusão, e na Estação Carioca só o acesso Rio Branco ficou aberto. O trio elétrico dos professores foi atingido por bombas de efeito moral e gás da PM, sendo obrigado a sair do local de manifestação. A equipe do SEPE que estava no trio passou mal e algumas pessoas tiveram que ser atendidas por socorristas. O Centro de Operações Rio registrou a interdição de várias ruas do Centro, que ficaram tomadas por protestantes. Os manifestantes mascarados continuaram o confronto com a PM no entorno da Cinelândia, promovendo atos de vandalismo e depredando vários patrimônios da cidade. 

Cerca de 60 carros do Batalhão de Choque e mais de 700 policiais cercaram a Câmara e houve vários confrontos enquanto a votação seguia no plenário. O vendedor ambulante Henrique José, de 38 anos, estava passando pela Avenida Rio Branco na hora do tumulto e foi atingido por um tiro de bala de borracha. "O policial olhou para mim e atirou à queima roupa. Poxa, ele viu que não era manifestante e nem estou mascarado", reclamou a vítima.