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Morte de menina 'foi pior crime da Rocinha', diz líder comunitário

Rebeca Miranda Carvalho dos Santos foi encontrada morta a 100 metros da UPP 

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O líder comunitário William de Oliveira, o William da Rocinha, ex-presidente de uma das associações de moradores da favela do Rio de Janeiro, classificou a morte da menina Rebeca Miranda Carvalho dos Santos, 9 anos, como o pior crime que a comunidade já viu. Morador da favela há 41 anos, ele esteve presente no enterro da criança, ocorrido nesta segunda-feira. A menina foi encontrada morta a 100 metros da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha no último domingo.

"É o pior crime da história da comunidade, por ser contra uma criança indefesa", disse ele. Rebeca desapareceu na noite de sábado, 28 de setembro, quando participava de uma festa na favela. Seu corpo foi encontrado às 6h de domingo com sinais de estrangulamento e estupro. "A percepção é que o crime foi premeditado", acredita a comandante da UPP da Rocinha, major Pricila Azevedo, que pede ajuda dos moradores da comunidade para encontrar os culpados.

Segundo ela, o processo de pacificação na favela não corre risco. "O processo é maior do que esses crimes, que acontecem em qualquer lugar. A Rocinha tem 120 mil pessoas e uma longa história de tráfico, esse crime não interfere no processo de pacificação", salientou a major. A deputada federal Liliam Sá (PR-RJ) pediu à ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que a Polícia Federal (PF) entre na investigação do caso para que ele tenha uma solução rápida.

Pai lamenta sonhos interrompidos

Reinaldo Santos, pai da menina, contou, durante o enterro dela, que tinha pouco contato com Rebeca, pois era separado da mãe da vítima. Ele viu a filha pela última vez no sábado, quando ela pediu a ele que fizesse um churrasco.

"Era uma menina especial, vaidosa, que tinha tudo para vencer na vida, pois tinha objetivos. Infelizmente, ficou pelo meio do caminho", disse ele.

Rebeca participava de uma festa num beco e brincava com outras crianças em frente ao local do evento quando desapareceu, às 21h30. A investigação do crime ficará por conta da Divisão de Homicídios da Polícia Civil, que deve começar a ouvir pessoas nesta tarde.