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Protesto na casa de Cabral reúne quatro mil em ato pacífico

Manifestantes, que vieram andando de Copacabana, pedem saída de Cabral do país

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A movimentação de manifestantes na rua do prédio do governador Sérgio Cabral, entre as rua Aristides Espínola e a Avenida Delfim Moreira, no Leblon, chegou ao seu auge neste domingo(23), ao reunir mais de quatro mil manifestantes, segundo estimativas da Polícia Militar. O povo, através de cartazes e palavras de ordem, manifestava seu descontentamento contra o governador, e de forma absolutamente pacífica.

Um grupo que se manifestava contra as PECs 33 e 37(que diminuem o poder do Ministério Público e do STF, respectivamente) partiu da praia de Copacabana e engrossou os manifestantes que fazem uma vigília no Leblon desde a tarde de sexta-feira. Os manifestantes prometem permanecer no local até as 18h dessa segunda-feira(24).

Durante a manifestação, o menino Miguel, de 7 anos, caminhava orgulhoso segurando uma bandeira do Brasil. O pai, Wanderson Frias, explicou que é franco-brasileiro e disse que, na França, nem sempre é fácil protestar como se vê nas últimas semanas em todo o país. “Ele está aprendendo a ler, e já estou ensinando o significado de Democracia, Política. Para ele saber que não é tudo festa, né? Que há coisas importantes nesse protesto”, explicou, com o filho sorrindo a seu lado.

O grupo caminhou desde a praia de Copacabana e por toda a extensão da praia de Ipanema gritando palavras de ordem, de forma pacífica e sem causar absolutamente nenhum risco aos moradores de Ipanema e Leblon.

Já no local da manifestação, o ator Osmar Prado passeava anônimo em meio à multidão. Ele considera o protesto na casa de Cabral algo totalmente válido: “Quando ele foi perguntado o que ele achava de ser um dos principais alvos dos protestos, ele se fez de desentendido e ainda por cima disse que essa impressão era apenas do repórter, ou seja, ironizou as críticas vindas do povo. E o que vemos hoje não é apenas uma opinião isolada”, disse o ator.

Entre os gritos de ordem, chamaram a atenção os que pediam “Cabral, vai embora pra Paris”, onde Cabral foi visto em fotos comprometedoras com Fernando Cavendish, um dos sócios da Delta, e os gritos feitos pelos manifestantes lembrando de diversos casos polêmicos envolvendo o governador. A ligação com a Delta, de Carlinhos Cachoeira e Cavendish, o superfaturamento das obras do Maracanã, que terminou orçado em R$ 1,130 bilhão, além da ligação da mulher de Cabral, a advogada Adriana Ancelmo, com grandes empresários do transporte público na cidade. Um grito que também tomou conta dos que foram protestar fala do futuro da maior competição futebolítisca do mundo, a Copa de 2014. "Não vai ter Copa!", gritavam os manifestantes durante todo o trajeto entre Copacabana e Leblon.