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Cabral: prédio do Dops será transformado em Memorial

Governador evitou polêmicas sobre nome do Engenhão 

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Presente na cerimônia de posse da Comissão da Verdade do Rio de Janeiro, o governador Sérgio Cabral disse que só depende de uma demanda do presidente da Comissão, Wadih Damous, para a restauração do prédio e construção de um memorial da repressão da ditadura. A área, anteriormente, seria o local também de um museu, mas da Polícia Civil. Porém, o governador garantiu que há espaço para os dois:  

“O prédio do Dops serviu como palco de torturas físicas e mentais, processos covardes e fascistas. Então, esse é o ponto mais importante, e pode conviver com o histórico da polícia civil. Mas cabe à Comissão da Verdade fazer essa demanda. Será um centro de memória, como existe em vários lugares do mundo, a exemplo do Museu do Holocausto, onde as histórias são contadas com a linguagem adequada”, disse Cabral, sem no entanto fixar uma data para uma inauguração:

“O prédio está lá e precisa de um restauro, de um projeto de conteúdo para não ficar algo mambembe. Eu aguardo que o Wadih(Damous, presidente) me peça isso e que formemos uma comissão com a Secretaria de Cultura e a Polícia Civil para que possamos trabalhar juntos. Temos a Superintendência de Museus para isso. Mas vou aguardar que o Wadih fale comigo”, explicou o governador, que garantiu que o prédio do Dops de Niterói também deve ser transformado em memorial.  

Assunto Engenhão 

Wadih Damous, presidente da Comissão da Verdade, chegou a pedir enfaticamente durante seu discurso que sejam mudados os nomes de ruas, avenidas, praças e pontes, ainda batizados com representantes da ditadura e envolvidos em corrupção. Foram citadas a Ponte Rio-Niterói, originalmente chamada de Costa e Silva, e o Estádio Olímpico João Havelange, o Engenhão. Recentemente Havelange deixou o cargo de presidente de honra da FIFA, após estrondosas acusações de corrupção. “Por que não mudar o nome do estádio para João Saldanha?”, indagou, sob fortes aplausos. Cabral foi cauteloso até demais ao ser perguntado sobre sua opinião a respeito. “Eu acho que este assunto é da prefeitura, precisamos ouvir o prefeito Eduardo Paes”, disse. Ao insistirem na pergunta, ele manteve o cuidado com as palavras. “Acho que precisamos ser cautelosos e perguntar ao prefeito Eduardo Paes”, insistiu.