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Sindicato dos Médicos critica ponto facultativo nos postos de saúde Rio

Mesmo com a campanha de vacinação contra gripe, prefeitura suspendeu atendimento na segunda-feira

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O decreto do prefeito do Rio Eduardo Paes que determinou ponto facultativo no serviço público nesta segunda-feira (22), véspera do feriado de São Jorge, e que gerou diversas filas e demora no atendimento nos postos de saúde da cidade, é visto pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Rio de Janeiro (SINMEDRJ), Jorge Darze, como mais um exemplo do descaso da prefeitura em relação à saúde pública. O fechamento dos postos de saúde ocorreu num momento em que os casos de dengue estão em alta e em meio à campanha de vacinação contra a gripe, que termina nesta sexta-feira (26).

“A situação da saúde pública no município do Rio é desastrosa. Acho que nunca tivemos uma Secretaria de Saúde tão incompetente como a atual. São vários casos que demonstram a falta de planejamento para o setor como, por exemplo, a entrega das unidades às Organizações Sociais, que não tem nenhuma experiência na área da saúde, como se quisessem passar o bastão para o setor privado”, critica Darze.

De acordo com o médico, a prefeitura do Rio toma decisões desconectadas com a realidade que o município vive. Em relação à campanha de vacinação contra a gripe, Darze afirma que cada dia é importante, pois o tempo é curto.

“Pensar em criar ponto facultativo no meio de uma campanha de vacinação como essa, que tem poucos dias, é um absurdo. Cada dia de vacinação tem um peso diferente. Interromper essa campanha em alguns postos de saúde sem um motivo relevante é um dos equívocos que mostram a visão de saúde pública da Secretária Municipal de Saúde”, afirma o presidente do SINMEDRJ.

Para Darze, caberia ao Ministério da Saúde, em Brasília, se manifestar sobre a paralisação das vacinas em meio à campanha da gripe.

“Quem deveria se pronunciar é o Ministério da Saúde que realiza as vacinas em âmbito nacional. Ontem os hospitais federais continuaram aplicando as vacinas. Essa situação (interrupção das vacinas) não é de responsabilidade dos profissionais da saúde, é decisão de governo”, ressalta o médico.

O Ministério Público do Estado, por meio de sua assessoria, não descartou que durante a semana seja movida alguma ação civil pública contra a atitude da prefeitura, caso os promotores consigam confirmar os problemas de atrasos e filas na unidades de saúde.

Via assessoria de imprensa, o Ministério da Saúde afirmou que cada gestor do município tem autonomia para definir as estratégias e ações de vacinação em seus domínios. Segundo o ministério, não deverá haver prorrogação da campanha, que terminará na próxima sexta-feira (26).

Também procurada pelo Jornal do Brasil, a Secretária Municipal de Saúde se limitou a dizer que a paralisação da campanha contra a gripe foi anunciada com antecedência, sendo publicada inclusive no Diário Oficial. “Durante o feriado do Dia de São Jorge (20 a 23 de abril), os hospitais de emergência e unidades 24 horas da Secretaria Municipal de Saúde do Rio funcionarão ininterruptamente”, dizia um texto divulgado à imprensa na última quinta-feira (18).

*Do Programa de Estágio do Jornal do Brasil