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Em julgamento no Rio, Beira-Mar distribui beijos e sorrisos para familiares

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O traficante Fernandinho Beira-Mar começou a ser julgado no 4º Tribunal do júri do Rio de Janeiro pela acusação de ter ordenado o assassinato de três pessoas em julho de 2002. Duas morreram, e uma ficou ferida. Beira-Mar foi transferido nesta segunda-feira do presídio federal de Catanduvas, no Paraná, para o Complexo de Bangu, onde passou a noite. Na manhã desta terça-feira, foi levado até o Tribunal de Justiça (TJ) fluminense escoltado por um forte esquema de segurança. O traficante foi levado de helicóptero para o julgamento, e um grande aparato policial cerca o prédio da Justiça.

Beira-Mar sentou-se no plenário, e se comunicou bastante com os familiares que assistiam ao julgamento. Algemado, mandou beijos e sorriu bastante para seus parentes. Fez, em diversos momentos, sinal de positivo com as duas mãos. Perto dele, dois policiais o escoltavam o tempo todo de perto. Outros quatro policiais, fortemente armados, permaneciam dentro do plenário.

Diante disso, o promotor Marcelo Martins Neves solicitou que a plateia não se manifestasse, e reclamou que Beira-Mar estava se comunicando constantemente com pessoas que assistiam ao julgamento. O juiz Murilo Kieling acatou o pedido, e determinou a retirada, a partir daquele momento, de quem se manifestasse na plateia.

Considerado um dos traficantes mais perigosos do Brasil, Beira-Mar teria ordenado, de dentro do presídio de Bangu I, o assassinato de Antônio Vieira Nunes, o Playboy, e Ednei Thomaz Santos. Adailton Cardoso de Lima foi alvejado, mas sobreviveu. Os crimes foram cometidos no interior da favela Beira-Mar, em Duque de Caxia. Segundo a denúncia, Beira-Mar determinou os homicídios para vingar a morte de um de seus comparsas, conhecido como Bone.

Seis testemunhas foram convocadas para o julgamento, sendo quatro de acusação e duas de defesa. Segundo o Tribunal de Justiça, nenhuma respondeu afirmativamente à convocação.

A defesa chegou a pedir a convocação dos traficantes Marcio Nepomuceno dos Santos, o Marcinho VP, e Márcio Marinho dos Santos, o Chapolin, como testemunhas a favor de Beira-Mar. Presos fora do Rio, eles só poderiam falar por videoconferência, e acabaram sendo dispensados.