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Construção de hotel em antiga Área de Proteção Ambiental revolta cariocas

Terreno na Barra da Tijuca, ao lado da Reserva de Marapendi dará lugar ao Hotel Grand Hyatt

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A construção de um hotel em terreno que já pertenceu a Área de Proteção Ambiental da Reserva de Marapendi, na Barra da Tijuca, deixou cariocas indignados. Antes verde, o terreno de 45 mil m² dará lugar a um hotel da rede norte-americana Hyatt, com 436 apartamentos, além de dois prédios residenciais.

Na quinta-feira(15), fotos de árvores sendo derrubadas no terreno começaram a circular pelas redes sociais e provocaram a ira de muitos cariocas. “Desgraçados, malditos destruindo nossa cidade...Daqui uns dias toda a cidade não terá mais uma árvore, será tudo Favela. Favela de barracos e condomínios de luxo, porque tanto os barracos quanto os condomínios de luxo só têm produzido lixo e poluição, mais nada”, criticou Carla Schreyer pelo facebook.   

Centenas de pessoas aproveitaram para descontar a indignação contra o prefeito Eduardo Paes que no passado chegou a posar para fotos segurando uma placa com 'Preserve a Reserva'. “E não para por aí. Impostos mais caros, esgoto brotando pelas ruas, assaltos a luz do dia, urbanização de fachada, prédios para gringos e preços absurdos. Realmente Parabéns a quem reelegeu Eduardo Paes ”, descarregou o carioca Thiago Ribeiro.  

Oficialmente, conforme consta na placa da obra, o proprietário é a Loteum Incorporações S.A,  Rio JV Partners Participações Ltda. A obra está sendo executada pela Método Engenharia S.A. e tem como engenheiro responsável Eros Maroni. Ali será erguido um prédio com três subsolos e seis andares, totalizando 99 mil metros quadrados de construção.

Nesta quinta-feira as escavadeiras terminavam de ‘limpar’ o terreno. Um engenheiro, que pediu para não ser identificado, responsável por gerenciar a obra explicou que constantemente pessoas passam pelo local xingando os operários. Contou ainda que chegaram a arremessar pedras contra os trabalhadores: “É natural que as pessoas não simpatizem com a obra. Entendo até os xingamento. Mas a insatisfação não justifica tacar pedras em quem está trabalhando”, disse.

O engenheiro contou que moradores dos prédios vizinhos chamaram a polícia por conta da derrubada de árvores. Ele, no entanto, esclarece que nada foi feito pois o empreendimento respeita todas as licenças e limites ambientais. 

Segundo o engenheiro,  o terreno foi dividido em três zonas: Zona de Ocupação Controlada(ZOC), Zona de Conservação da Vida Silvestre (ZCVS) e Zona de Proteção da Vida Silvestre (ZPVS). As edificações serão limitadas a ZOC, na ZCVS serão feitas pequenas intervenções além da recuperação da vegetação nativa, e na Zona de Proteção nada será feito. “Constatamos algumas amendoeiras e outras espécies que não são nativas daqui. Tudo isso será recuperado”, disse. A equipe responsável pelas avaliações de impacto ambiental é gerenciada pelo biólogo Mário Moscatelli.

Protesto neste sábado

Moradores e defensores do meio ambiente organizaram um protesto para este sábado (17) em repúdio ao empreendimento. A manifestação está marcada para às 9h em frente ao terreno do futuro hotel que fica na Avenida Marapendi, na altura do antigo Pier da Barra.

*Do Projeto de Estágio do Jornal do Brasil