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Solto pelo STF, acusado de chefiar milícia volta à Câmara do Rio

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Depois de um ano e seis meses preso acusado de pertencer à milícia que comanda bairros da Zona Oeste, Luiz André Ferreira da Silva, o Deco, reassumiu seu gabinete na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro. Em uma conversa que durou menos de 30 minutos com o presidente da Casa, Jorge Felippe (PMDB), Deco avisou que a partir desta quarta-feira retorna seu trabalho como vereador eleito pelo PR em 2008 até dezembro. 

Por telefone, a vereadora Márcia Teixeira (PR), suplente de Deco, foi avisada que deveria deixar o cargo e limpar a sala, já que o vereador retorna hoje, às 14h, à Câmara.

Deco, que foi beneficiado com um habeas-corpus na semana passada, assinado pelo ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), chegou ao Rio de Janeiro no fim da manhã desta segunda-feira, vindo de Rondônia, onde estava preso na Penitenciária Federal. Ele responde processo por formação de quadrilha, homicídios, extorsões, entre outros crimes, além de planejar a morte do deputado estadual Marcelo Freixo (Psol) e da chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, na época titular da 28ª DP (Campinho). O vereador é considerado um dos milicianos mais perigosos da região de Jacarepaguá.

De acordo com a vereadora Andrea Gouvêa (PSDB), Deco fez tudo no apagar das luzes, quando a Casa já estava vazia. Junto com os vereadores Eliomar Coelho (Psol) e Paulo Pinheiro (Psol), Andrea está coletando assinaturas de colegas para entrar com uma representação por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética. Segundo a vereadora, até o momento 11 vereadores já assinaram o documento e mais dois já garantiram a assinatura. Para conseguir entrar com a representação, é preciso que 22 assinem o documento. 

Segundo ela, ontem seu gabinete começou a receber denúncias de moradores da região de Jacarepaguá, onde Deco atua, de que pessoas estavam sendo ameaçadas pela quadrilha do vereador, que também foi solta pelo habeas-corpus, na sexta-feira.

Para o vereador Eliomar Coelho, se Deco retomar ao cargo será uma situação vergonhosa e esdrúxula para a instituição carioca. "São coisas absurdas que acontecem na política do nosso País. Isso tem que acabar. Ele não foi preso por coisas imaginárias, ele foi preso por chefiar uma quadrilha que mata pessoas, além de cometer outros crimes", disse Eliomar.

O vereador Deco poderá retomar seu assento na Câmara de Vereadores do Rio já que o ato número 10 de 2011 apenas suspendeu o exercício do mandato do vereador. Jorge Felippe, presidente da Casa, enviou nota na segunda-feira informando que os vereadores aprovaram a resolução com o intuito de evitar o desperdício do dinheiro público, pois, caso não tivesse sido implantada tal resolução, o vereador estaria exercendo seu mandato mesmo preso. Ontem, no entanto, o presidente preferiu não se manifestar.