Niterói parece abandonada. Um ano e meio após a ressaca que destruiu parte do calçadão da Praia de Piratininga, na sua Região Oceânica, o cenário permanece devastado. Coincidência ou não, os três quiosques próximos da área destruída estavam de portas fechadas na tarde desta segunda-feira.
Morador de Piratininga, Manuel Francisco da Silva trabalha há 18 anos em um quiosque ao lado da área destruída. Ele aponta para aqueles que permanecem fechados e conta que o descaso com o calçadão traz prejuízos para o comércio além de oferecer risco aos que visitam a praia. “O quiosque está fechado porque o movimento diminuiu. Diversas vezes eu vi famílias chegarem aqui com crianças e irem embora depois de percebem o estado do calçadão”, lamenta.
Francisco diz ainda que muitas vezes os turistas se expõem aos riscos quando visitam a praia: “Muitas pessoas que não são daqui aproveitam a sombra em baixo da parte destruída e nem se dão conta do perigo”.
Em maio do ano passado uma forte ressaca atingiu a orla do Rio e provocou danos na enseada de algumas praias de Niterói. Além da orla de Piratininga, a tranquila Praia das Flechas, próxima a residência do prefeito Jorge Roberto Silveira também teve o calçadão prejudicado. Por lá, curiosamente as obras já estão em estado avançado e além da reforma o calçadão recebeu um parapeito para proteger os que caminham no local.
Procurada, a Empresa Municipal de Moradia Urbanização e Saneamento (Emusa) disse em um primeiro momento que “não sabia o que dizer” e prometeu buscar uma resposta para a demora na reforma. Até o fechamento da reportagem a Emusa não voltou a procurar o Jornal do Brasil, como prometeu.