ASSINE
search button

Após carreata, motoristas de vans fazem protesto na Cinelândia

Compartilhar

Após uma manhã de caos, quando quase cinco mil motoristas de vans fizeram um protesto no Centro do Rio. Os manifestantes deram um verdadeiro nó no trânsito e prejudicou a população que se dirigia a seus locais de trabalho. Os manifestantes seguiram a pé para a Candelária, onde dão prosseguimento ao ato.

Os motoristas de transporte alternativo iniciaram o dia concentrando seus veículos nas proximidades do Maracanã, de onde saiu a carreata. Eles seguiram pela Praça da Bandeira, Avenida Presidente Vargas até o Aterro do Flamengo, onde os veículos foram estacionados. De lá, os motoristas seguiram a pé até a Cinelândia.

A manifestação Um dia sem van tem o objetivo de mostrar a importância do transporte alternativo legalizado e organizado para a população, além de exigir uma rápida e imediata licitação para o setor.

De acordo com Guilherme Biserra, diretor jurídico do sindicato da categoria, a finalidade é  fazer valer a realização de uma nova licitação para asa vans e cobrar o cumprimento da lei nº 3360, instituída em 2002. A lei garante que a licitação seja voltada apenas a pessoas físicas, além de determinar a demarcação dos locais de parada a 50 metros antes ou depois dos pontos de ônibus e permitir o uso das faixas exclusivas, como o BRS, para evitar discussões entre  motoristas de ônibus e vans e reduzir o número de multas aplicadas pela Guarda Municipal aos trabalhadores do setor. 

"Hoje, o transporte alternativo leva diariamente cerca de 1,8 milhão de passageiros que, através de pesquisas, já comprovaram sua importância desde tipo de transporte, atrás apenas dos ônibus. Não queremos prejudicar essas pessoas, apenas fazer valer uma lei que as autoridades públicas teimam em desrespeitar", afirmou Biserra, embora o movimento tenha transformado a cidade em um verdadeiro inferno.  

Paulo Oliveira, coordenador do Movimento em Defesa do Transporte Alternativo, explicou a proposta encaminhada à Secretaria Municipal de Transportes:

" Queremos colocar 3800 veículos nas ruas, com mais 500 carros de transporte executivo e mais 2000 no transporte noturno, de forma que as companhias de ônibus possam recolher seus carros", explicou Oliveira, sem considerar a capacidade do município de circulação de veículos de forma a não provocar gigantescos engarrafamentos.

" Apesar de ser chamado de complementar pelo Prefeito, o sistema alternativo de transporte é totalmente integrado à cidade. Se o Bilhete Único é usado nos ônibus, metrôs e trens, o mais justo seria que as vans também pudessem utilizá-lo. Queremos paridade com os outros transportes", finalizou Oliveira. Em nota, a Secretaria Municipal de Transportes, o processo de licitação do Sistema de Transporte Público Local( STPL) já está em andamento, os 15 lotes na Zona Oeste foram licitados e 464 contratos já foram assinados.

Prefeito acha "estranho"

Em entrevista à rádio CBN, na manhã desta quarta-feira, o prefeito do Rio, Eduardo Paes, disse achar "estranho" esse tipo de movimento às vésperas das eleições de outubro.

"Todos os que participam do movimento têm licença da Prefeitura. Eles podem estar sendo usados como massa de manobra política pelos donos de cooperativas. A minha postura é clara: quero organizar, mas não é tarefa fácil. O secretário de Transportes tem amanhã (16) uma reunião com a categoria, por isso me parece estranho que às vésperas das eleições surja essa paralisação. Parece um movimento combinado", disse Paes. 

"Todo o protesto é válido e deve ser respeitado, mas precisamos cuidar para que a população não seja prejudicada. Apelo para que não prejudiquem os trabalhadores que se deslocam pelo Centro da cidade", acrescentou o prefeito.

Eduardo Paes criticou ainda o comportamento dos donos de cooperativas, que estariam por trás dos protestos: "Dono de cooperativa não manda na prefeitura. Acabou essa história de bandalha. As pessoas precisam aprender a seguir regras. Não aceito coação política. Por mim, daria licenças para todo o mundo, mas aí haveria o caos na cidade", concluiu Paes.

Sobre a passagem das vans pela pista da BRS, o prefeito garantiu que isso não será autorizado, pois não está no planejamento de trânsito da cidade do Rio de Janeiro.