Nesta sexta-feira, 6, dia em que Copacabana completa 120 anos e uma intensa programação de festas estava programada, um incêndio de grandes proporções parou o coração do bairro. Uma loja de material para festas, que fica na Av. Nossa Senhora de Copacabana, foi destruída pelas chamas, causando pânico e perplexidade nos moradores.
O incêndio teve início por volta das 9h da manhã, e só foi controlado em torno das 11h30. Cinco viaturas do Corpo de Bombeiros e cerca de 100 homens de sete quartéis trabalharam na contenção das chamas.
Uma espessa coluna de fumaça pôde ser vista a longa distância. O fogo começou no depósito da loja Aidan, próximo à Figueiredo de Magalhães. No local havia grande quantidade de produtos inflamáveis, como fantasias, papel, brinquedos e enfeites. Uma segunda loja, Arrazo, de vestido de festa, ficou levemente danificada devido ao trabalho de contenção das chamas.
A gerente da loja Aidan, Ivonete Beatriz, informou que pelo menos 25 funcionários e cinco clientes estavam no local quando o fogo começou. Todos conseguiram sair a tempo. "Chamei todo mundo na hora".
Abatido, o proprietário da Arrazo, Yussef Salim, frisou que os bombeiros demoraram 40 minutos para chegar. "Infelizmente isso aconteceu. Mas graças a Deus ninguém ficou ferido."
O vice-presidente da Associação de Moradores de Copacabana (Amacopa), Tony Teixeira, reclamou da falta de mais quartéis de bombeiros em Copacabana. "Deveria ter mais um no outro extremo do bairro, no Leme. Apesar de os bombeiros terem demorado quarenta minutos para chegar, eles fizeram um trabalho de heróis. O governo do Estado deveria dar mais estrutura a eles. A população de Copacabana cresceu muito nos últimos anos, mas o Corpo de Bombeiros não acompanhou este crescimento", disse, reclamando ainda da fiscalização nas lojas. "Deveriam cobrar mais extintores e preparação de seus funcionários."
O secretário de Estado de Defesa Civil e comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, negou que os bombeiros tivessem demorado 40 minutos para chegar ao local e também negou que tenha havido problema de falta de água, como alguns moradores do bairro afirmaram. Segundo ele, muitos bombeiros também se apresentaram para trabalhar voluntariamente. "Os bombeiros chegaram em oito minutos. A única demora foi para encontrar hidrantes. Se tivesse demorado quarenta minutos, todo o quarteirão teria pegado fogo", disse, complementando: "O importante é a gente checar se a loja cumpria a legislação de segurança contra incêndio."
Simões reclamou das críticas à corporação. "É uma maldade esta acusação. Copacabana é uma cidade dentro da cidade. O governo do Estado investiu trezentos milhões de reais em viaturas e estrutura. Graças à qualidade técnica dessas viaturas e dedicação dos bombeiros, conseguimos combater o incêndio, que foi de grandes proporções", disparou, enfatizando ainda que as vistorias em estabelecimentos são feitas diariamente. "O importante é que cada estabelecimento esteja legalizado de acordo com a legislação de segurança. Vamos verificar se a documentação da loja estava atualizada", complementou. De acordo com o secretário, até o momento nenhum responsável pela loja havia procurado a corporação.
Simões informou que o trabalho de rescaldo levará de 24 a 48 horas. "Ainda não temos como apontar causas do incêndio. O fogo se alastrou muito rapidamente. Havia muito material de fácil combustão. A temperatura chegou a mil graus", afirmou. Apesar de barulhos de explosão terem sido ouvidos, Simões descartou a possibilidade de haver fogos de artifício no local. O coronel destacou ainda que a loja Arrazo, que fica ao lado, não chegou a ser atingida.
Ainda segundo o coronel, o incêndio não deixou vítimas. Foram feitos pequenos atendimentos de pessoas abaladas emocionalmente e que inalaram pequena quantidade de fumaça.
O secretário municipal de Defesa Civil, Marcio Motta, informou que a fachada da loja será demolida. "A preocupação é eliminar riscos para a população", explicou, acrescentando que o mezanino da loja também terá que ser demolido, mas será responsabilidade do proprietário.
Não é a primeira vez que a Avenida Nossa Senhora de Copacabana, altura da Rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, na Zona Sul do Janeiro, vive fortes emoções. Em março de 1993, um incêndio atingiu a Lojas Americanas, vizinha a loja Aidan. Na época, o fogo destruiu o quinto andar do estabelecimento, onde tinham máquinas e equipamentos. Ninguém ficou ferido.N
Assim como o incêndio desta sexta-feira, o fogo tumultuou o bairro, causando engarrafamento na região. Foram necessárias três horas para que os bombeiros controlassem as chamas nas Lojas Americanas.