O Conselho Regional de Engenharia e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ) criou, a pedido da Câmara Especializada de Engenharia Civil, uma comissão para avaliar as causas que provocaram o desabamento do Edifício Liberdade, no mês de janeiro e elaborar sugestões que evitem novas tragédias. O grupo, formado por especialistas da entidade, convidou técnicos de universidades e outras instituições para contribuir com a análise das informações.
O síndico do prédio, Paulo Renha, prestou depoimento durante uma hora, nesta quarta-feira (16/01), na Comissão de Análise e Prevenção de Acidentes (Capa) da entidade. Renha declarou que havia solicitado, em janeiro, dados sobre as obras que estavam sendo realizadas pela empresa TO- Tecnologia Organizacional, mas que o prédio desabou antes do recebimento da resposta. O síndico acrescentou que os primeiros andares do prédio já estavam com o vão livre, sem pilares centrais.
O presidente do Crea-RJ, Agostinho Guerreiro, participou, juntamente com representantes dos conselhos de engenharia e agronomia de outros estados, de uma reunião em Brasília para contribuir com propostas para o projeto de lei 491/2011, que tramita no Senado. Pelo texto atual, as edificações urbanas serão fiscalizadas periodicamente.
Construções com mais de 30 anos seriam avaliadas a cada 5 anos, prédios com mais de 40 anos, o tempo cairia para 3 anos, edificações com tempo superior a 50 anos seriam inspecionadas a cada 2 anos e acima de 60, anualmente.
Os representantes dos conselhos sugerem a realização de vistorias a cada 4 anos para edificações com mais de 15 anos. A inspeção incluiria a emissão de laudos técnicos estruturais e elétricos que seriam entregues às Prefeituras, que preservariam seu poder e obrigação de fiscalizar, mas com apoio dos síndicos, proprietários e administradores de condomínios.
Outra sugestão, é que sejam realçados os aspectos ligados à manutenção preventiva de qualidade que, em última instância, é o que garante a segurança de edifícios e construções em grande parte dos países onde já existe legislação.