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RJ: policiais e bombeiros mantém greve e expulsam equipe da Globo de Copacabana

Assembleia na próxima segunda (13) irá definir novos passos do movimento

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Na manhã deste domingo, bombeiros, policiais militares, policiais civis e familiares dos profissionais presos se reuniram na Praia de Copacabana para, segundo a categoria, esclarecer à população que o movimento de greve continua. Cerca de 300 pessoas carregavam bandeiras, vestiam blusas e faixas contra a prisão de policiais e bombeiros no presídio carioca de segurança máxima Bangu I. A principal reivindicação de quem foi a Copacabana é para que os pesos sejam transferidos para o Grupamento Especial Prisional (GEP) e o Batalhão Especial Prisional (BEP), respectivamente. Uma assembleia, nesta segunda-feira (13), irá reunir os comandos das três corporações envolvidas no movimento para definir os próximos passos.

“Se a corporação acha que eles devem ser presos por estarem incitando greve, que sejam presos no lugar correto. O que não pode é hoje ocupar um presídio de segurança máxima, para criminosos de alta periculosidade, com homens de bem. Isso é uma ditadura, uma decisão totalmente arbitrária”, argumentou Cristiane Daciolo, esposa do cabo Benevenuto Daciolo, um dos presos em Bangu.

Segundo Cristiane, seu marido está em uma cela de quatro metros quadrados, e faz greve de fome desde que foi detido, há cinco dias, sem ingerir nenhum alimento, exceto água. Cristiane informou ainda que, na próxima terça-feira (14), uma comissão das mulheres dos trabalhadores presos irá a Brasília se reunir com a Comissão de Segurança Nacional e tentar um encontro com a presidente Dilma Rousseff.

“Eles estão sendo tratados como criminosos, mas têm um passado de brilhantismos, são verdadeiros heróis que servem à população. Estamos nessa luta há nove meses. O movimento não parou e nem vai parar. A causa é justa e, nem que prendam todos os bombeiros, nós, esposas, vamos continuar a defendê-los”, disse ela.

O sargento da Polícia Militar Sandro Barbeto Costa mostrou sua solidariedade com a luta dos bombeiros e afirmou que a PM também continua envolvida no movimento grevista.

“Jamais vamos deixar de atender a sociedade, até porque gostamos do que fazemos. Não estamos contra a sociedade, estamos reivindicando melhores condições de trabalho. Não vamos deixar de atender nunca. Falo isso por mim e por todos, porque tenho certeza de que somos todos profissionais”, afirmou o sargento, que disse desconhecer o fato de a Polícia Civil ter abandonado o movimento.

Participação da Polícia Civil

Presente na manifestação, o presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), Fernando Bandeira, garantiu que os policiais continuam em greve e criticou a atitude do presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia (Sindpol), Francisco Chao, de ter anunciado, no sábado, a suspensão do movimento, sem antes consultar os demais envolvidos.   

“Não sabíamos da entrevista coletiva que ele convocou. Só soubemos por acaso, pois um repórter me ligou perguntando sobre o assunto. Imediatamente, me reuni com os líderes dos bombeiros e fomos para o local da coletiva, onde fomos impedidos de entrar”, contou Bandeira.

Segundo ele, 70% das ocorrências foram paralisadas, e a Policia Civil está operando com um efetivo de 9.200 homens. Ele denunciou ainda a falta de união dentro da corporação.

“A polícia, tradicionalmente, sempre foi muito divida, porque temos classificações. Um policial da Core, por exemplo, ganha R$ 1.500 a mais, é difícil convencê-los a fazer a greve. Esse é apenas um exemplo, fora outras gratificações e premiações. Essa divisão é uma estratégia para nos dividir. As associações se vinculam ao governo para ter benefícios pessoais, e poucos se envolvem realmente”, disse Bandeira, que admitiu que o movimento da Polícia Civil está um pouco enfraquecido por conta da confusão causada pela nota divulgada na noite de sábado (11) pelo inspetor Chao.

Equipe da TV Globo é expulsa por manifestantes

Acusados de manipular imagens e diálogos dos bombeiros, a equipe da TV Globo foi hostilizada e expulsa pelos manifestantes em Copacabana, que seguiram os jornalistas até que eles entrassem no carro da empresa e fossem embora. A conduta da TV Globo também foi questionada por algumas das pessoas que discursaram durante a manifestação. Ninguém ficou ferido na confusão.