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Djalma Beltrami é afastado do comando do Batalhão de São Gonçalo

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O tenente-coronel Djalma Beltrami, ex-árbitro de futebol, foi afastado do comando do 7º BPM (São Gonçalo), na região metropolitana do Rio de Janeiro. A portaria foi publicada nesta quinta-feira no Diário Oficial da corporação, segundo informações da rádio CBN.

Beltrami negou nesta quarta-feira envolvimento em um suposto esquema de corrupção na unidade de Polícia Militar. "Eu nunca recebi propina na minha vida, eu nunca participaria de um esquema dessa natureza", afirmou, após deixar o batalhão onde estava preso desde segunda-feira. 

"Eu não tenho nada a esconder, nunca fiz nada errado. Estou muito convicto disso e por isso eu consigo colocar minha cabeça no travesseiro e ficar tranquilo", afirmou. 

Beltrami foi preso na última segunda-feira sob acusação de receber propina de traficantes

O desembargador Paulo Rangel, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, concedeu na noite de terça-feira um habeas corpus a Djalma Beltrami e ele foi solto por volta das 4h desta quarta e deixou o Quartel-General da PM com a mulher.

Beltrami foi preso na última segunda-feira, após operação da Polícia Civil no Morro da Coruja, em São Gonçalo, para cumprir 13 mandados de prisão contra traficantes e policiais militares. 

Os PMs são acusados de receber propinas de bandidos para não reprimir o tráfico de drogas na região. O pedido de habeas corpus foi feito pela Defensoria Pública.

De acordo com as investigações, os policiais do 7º BPM receberiam propina de traficantes da região para acobertar ações criminosas e liberar o tráfico. A Polícia Civil estima que as propinas pagas aos agentes chegam ao valor de R$ 160 mil mensais.

Cerca de 100 policiais civis participaram da ação que prendeu Beltrami, que contou com o auxílio de um helicóptero e blindados. A operação teve o apoio da Corregedoria Geral Unificada (CGU), responsável pela prisão dos policiais. Beltrami começou a apitar em 1989 e integrou os quadros da Fifa entre 2006 e 2008.

Entre os traficantes procurados estavam Maicon dos Santos de Souza, o Gaguinho, e Marcelo Fernando Veiga, o Marcelo Piloto, chefes do tráfico no morro da Coruja e na Mandela, no Complexo de Manguinhos.

Beltrami e mais sete policiais foram acusados de receber propinas de bandidos para não reprimir o tráfico de drogas. Na noite de terça-feira, o desembargador Paulo Rangel determinou que o comandante fosse solto, destacando que a prisão foi decretada sem a análise do teor das transcrições da interceptação telefônica realizada pela investigação. Na escuta, o homem chamado de "zero um" foi interpretado como o comandante. "Zero um pode ser qualquer pessoa", escreveu Rangel na decisão.