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Bueiros: moradores de Botafogo dizem já ter se queixado de cheiro de gás à CEG

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Diante da explosão de um bueiro na Rua Camuirano, 153, em Botafogo (Zona Sul do Rio), na manhã desta segunda-feira (18), - o sexto caso em apenas um mês - muitos moradores de um outro prédio, na mesma rua, se queixam de já terem reclamado de vazamento de gás há pelo menos 6 meses. Na explosão desta segunda-feira, o servente Rodrigo dos Santos, 26 anos, ficou ferido e foi socorrido no Hospital Municipal Miguel Couto, na Gávea. Ele continua internado.

“A gente liga, reclama, os técnicos da Light e da CEG vêm e não resolvem absolutamente nada. Hoje, com a explosão de um bueiro na nossa rua, o cheiro de gás se intensificou ainda mais”, reclama o síndico do prédio, Alexandre da Matta, de 64 anos, apoiado por vizinhos. "Queremos uma solução ainda hoje, porque não podemos continuar correndo riscos de explosões na porta de nossas casas".

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Segundo o presidente do Conselho de Análise e Prevenção de acidentes do Crea-RJ, Luiz Antônio Consenza - que acompanhou a perícia da Polícia Civil no bueiro em frente ao prédio de número 153 - a caixa subterrânea só explodiu porque há vazamento de gás na rede que abastece o prédio.

"O gás certamente escapou pela tubulação antiga e danificada. Com um curto-circuito que suspeitamos que tenha acontecido em um dos apartamentos, houve a explosão", diagnosticou o engenheiro. "A CEG precisa resolver seus problemas de tubulação o quanto antes", sentenciou.

Representantes da Light, da CEG, da  Agência Nacional de Energia Elétrica e da Agência Reguladora Estadual de Energia e Gás estão no local, mas ainda não se pronunciaram sobre a explosão.

Na tarde desta segunda-feira(18), o presidente do Conselho de Análise e Prevenção de acidentes do Crea-RJ, Luiz Antônio Consenza se reunirá com o secretário municipal de Conservação e Serviços Públicos, Carlos Roberto Osório, para entregar o termo de referência. O documento vai servir de base para a contratação de uma empresa que vai fiscalizar os bueiros da cidade. 

Consenza classifica o serviço como fundamental para evitar novas explosões. "A empresa que será contratada pela prefeitura vai fazer uma varredura em 15 mil bueiros e informar quais deles têm presença de gás. Só assim teremos um diagnóstico do risco de explosão dos bueiros da cidade. Já se pode adiantar que nos bairros de Copacabana, Botafogo e Centro - onde a tubulação é mais antiga - o trabalho deve ser emergencial. A empresa contratada vai repassar à prefeitura quais os bueiros que correm maiores riscos de explosão através de medições de gás", explicou.

A Polícia Civil deve divulgar nos próximos dias o laudos com a causa da explosão, elaborado pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE).

 

Moradores assustados

Segundo moradores do Edifício Camuirano, o estrondo da explosão ocorreu por volta das 8h. De acordo com a assessora Renata Cunha, 28 anos, o barulho parecia com o de um prédio desabando. 

“Pela manhã estávamos com um problema de abastecimento de energia no prédio.  Cerca de 15 minutos depois ouvimos um forte estrondo, como se um prédio estivesse caindo. Desci apavorada e me deparei com a vidraça destruída na calçada e um servente do prédio ferido”, conta a moradora do sétimo andar. "Foi terrível, achei que o nosso prédio pudesse estar desabando" 

De acordo com José Albano Batista, proprietário da sapataria que fica no térreo do prédio atingido pela explosão, o prejuízo ficou entre 4 e 5 mil reais.

"A vidraça do meu estabelecimento foi completamente destruída. Fora o risco que corremos trabalhando de frente para um bueiro que não se sabe o que pode sair de dentro. O barulho foi muito forte e esperamos uma solução para este problema ainda hoje", cobrou o comerciante.