Lira Fraga, Jornal do Brasil
RIO DE JANEIRO - A Polícia Civil pediu a interdição dos túneis Zuzu Angel e Acústico, na Gávea, para que seja realizada uma perícia no local onde o filho da atriz Cissa Guimarães, Rafael Mascarenhas, 18 anos, foi atropelado na semana passada. Os túneis foram interditados nos dois sentidos, entre meia noite de segunda-feira e 5h de terça-feira.
Todos os envolvidos no acidente, exceto os dois PMs acusados cobrar propina de Rafael Bussamra após o incidente, foram intimados a comparecer.
Segundo a delegada da 15ª DP, Bárbara Lomba, a investigação sobre a propina paga aos policiais ficará a cargo da Polícia Militar, que já está apurando os fatos. A Corregedoria Interna da corporação pediu na segunda-feira à Auditoria de Justiça Militar que decrete a prisão preventiva por 30 dias dos dois policiais que liberaram o motorista do carro que atropelou Rafael Mascarenhas.
O sargento Marcelo Leal e o cabo Marcelo Bigon se apresentaram à polícia no fim de semana, e estão presos no 23º BPM (Leblon), onde trabalhavam.
Na manhã de segunda-feira, Rafael Bussamra prestou depoimento, acompanhado do advogado Spencer Marcelo Levy. O rapaz deixou a delegacia no início da tarde sem falar com a imprensa, depois de prestar esclarecimentos por cerca de duas horas e meia.
De acordo com Spencer Levy, o seu cliente parou para prestar socorro após o acidente e afirmou que Rafael Bussamra não ingeriu bebida alcoólica na noite do atropelamento.
Rafael e seu pai, Roberto, serão processados por corrupção ativa, pois deram R$ 1 mil aos PMs para escapar do flagrante.
Levy disse em depoimento que foi nesse momento que os policias militares Marcelo Leal e Marcelo Bigon chegaram ao local do acidente. Os PMs encostaram ao lado do carro de Rafael Bussamra e disseram que ele tinha que ir à delegacia, mas não se preocuparam em saber como estava Rafael Mascarenhas.
A caminho da delegacia, os policiais mandaram Rafael Bussamra parar em um posto de gasolina na Praça Santos Dumont. De acordo com o advogado, os PMs intimidaram o seu cliente dizendo que ele não precisaria ir à delegacia porque já haviam desfeito o local do acidente e falaram com uma terceira pessoa, ainda desconhecida, ao celular.