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Ação de atirador de elite põe fim a sequestro na Tijuca

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Evelyn Soares, Jornal do Brasil

RIO DE JANEIRO - Mais um ato de violência assustou a Tijuca (Zona Norte). Por volta das 9h30 de desta sexta-feira, um bandido entrou na farmácia Mundo da Saúde, na rua Pereira Nunes, e, com uma granada na mão, fez a gerente Ana Cristina Garrido, 48, de refém. Após uma hora e meia de negociações, se deu o desfecho: a refém saiu ilesa e o bandido foi morto por um tiro disparado por um sniper (atirador de precisão da Polícia Militar).

Os momentos de tensão começaram quando o homem e outros dois comparsas roubaram uma kombi dos Correios. A polícia, acionada por transeuntes, passou a perseguir o grupo. Para despistar, um dos assaltantes desceu do veículo e parou num orelhão, mas foi identificado. Ao ser novamente abordado pelos policiais, sacou a granada e acabou levando um tiro no abdômen. Ferido, ele entrou na farmácia.

Cinco pessoas estavam no estabelecimento. Simone Fazollo, a única cliente, disse que ela e mais dois funcionários conseguiram fugir na hora. O outro foi liberado pelo assaltante. A gerente, que dirige a farmácia há apenas três meses, estava na parte de trás da loja e não conseguiu escapar.

Outros PMs do 6º Batalhão foram acionados, e o trecho entre as ruas Maxwell e Dona Maria foi fechado para veículos e pedestres. O major Busnello, chefe de Planejamento de Operações do batalhão, estava posicionado em um apartamento do prédio em frente, a 40 metros do assaltante, que permanecia agarrado à refém, ameaçando detonar a granada.

O policial, com 16 anos de corporação, já fez curso no Batalhão de Operações Especiais da Polícia, (BOPE). Segundo ele, foi a primeira vez que trabalhou numa situação dessas.

Foi difícil, ela poderia desfalecer a qualquer momento.

As negociações entre policiais e o assaltante se estenderam por uma hora e meia. Mas o homem não se acalmou, nem concordou em se entregar. Após sair da farmácia com a refém, ele tirou o pino da granada uma vez. Quando repetiu o gesto, o policial atendeu à ordem do comandante Fernando Príncipe Martins e atirou no sequestrador, acertando-o na cabeça.

Segundo o comandante, o marginal ainda saiu do local vivo e morreu a caminho do hospital. O major Busnello afirmou que o tiro tinha que incapacitar o bandido, já que ele estava muito agressivo e impedia com o dedo a explosão da granada. A arma usada na operação foi um fuzil adaptado Para-Fal, da Imbel, de uso exclusivo das Forças Armadas.

Vizinhos e curiosos acompanharam tudo desde o início, e aplaudiram o desfecho da ação policial. O trânsito foi reaberto por volta das 11h, e ficou um pouco complicado pela presença dos curiosos e da imprensa.

As testemunhas foram encaminhadas à 20ª DP, em Vila Isabel, para prestar depoimento.

Ao sair da delegacia, Cristina ainda estava muito abalada. Ela contou que passou mal enquanto estava refém do bandido.

Ele dizia que se eu desmaiasse, iria explodir tudo. Fiquei me segurando nas coisas, vomitei. Ele dizia que eu era a única coisa que podia tirá-lo vivo dali contou.

Até o fechamento desta edição, o assaltante não havia sido identificado, mas disse a refém chamar-se Dimas.