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RIO - Depois de reuniões no Ministério dos Transportes, em Brasília, uma comitiva do alto escalão do Ministério das Ferrovias da China, liderada pelo diretor-geral, Wu Wey, chega ao Rio nesta quinta-feira para uma série de reuniões e visitas técnicas. Eles serão recebidos pelo secretário estadual de Transportes, Julio Lopes. Além do trem-bala, principal assunto da agenda dos chineses, as reuniões no Rio também incluirão os investimentos que o estado está fazendo no sistema de trens e metrô, cuja compra de novos carros foi fechada recentemente.
Pela manhã, os chineses se reúnem com o secretário na sede da empresa Asian Trade Link (ATL), de Marco Polo Moreira Leite, responsável pela vinda da comitiva ao Brasil. Em seguida, o grupo fará uma visita à Supervia, que receberá 30 trens, comprados pelos estado e fabricados pelo consórcio chinês National Machinery Import & Export Corporation. Para conhecer o funcionamento do sistema ferroviário do Rio, os chineses farão uma viagem de trem e uma visita ao Estádio João Havelange, no Engenho de Dentro.
Na parte da tarde, a comitiva visitará o sistema metroviário, sendo recebida pelo presidente da concessionária MetrôRio, José Gustavo de Souza Costa. A empresa também fechou com a China a compra de 19 trens, num total de 114 novos carros, para o metrô do Rio. O contrato foi assinado com o governo chinês em recente visita do governador Sergio Cabral ao país asiático. Os fabricantes da Changchum Railway Vehicles (CNR) se comprometeram a entregar os primeiros carros em 2010.
A visita do governador Sérgio Cabral à China, em junho, foi decisiva para a entrada dos chineses na concorrência pelo trem-bala e selou a vinda do grupo ao Brasil. O país tem larga experiência em construções e fornecimento de tecnologia para sistemas ferroviários. Recentemente, eles venceram licitações na área de ferrovias na Argentina, no Paquistão, na Indonésia e no Irã.
Sabemos do interesse de empresas espanholas, japonesas, coreanas e francesas em participar do processo licitatório para construção do primeiro trem de alta velocidade do Brasil. Mas a entrada da China, país detentor de grande experiência no setor ferroviário, vem para agregar ainda mais valor ao nosso projeto afirma Julio Lopes.
O projeto brasileiro, que vai interligar São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro com trens em velocidades superiores a 200 km/h, está estimado em R$ 34,626 bilhões, conforme estudo encomendado pelo governo à consultoria britânica Halcrow.
O diretor-presidente da Asian Trade Link (ATL), Marco Polo Moreira Leite, diz que o interesse do chineses pela construção do trem-bala abre novas possibilidades de financiamento ao projeto, devido as reservas do país asiático. De acordo com o empresário, a vitória recente de estatais chinesas para fabricação dos trens e carros de metrô no Rio de Janeiro aguçou o interesse no Brasil.
Os chineses entram no páreo com muito dinheiro, maquinário a preços baixos, tecnologia e mão-de-obra capaz de entregar qualquer encomenda antes do prazo diz Marco Polo.
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