Mario Hugo Monken, Jornal do Brasil
RIO - Outra curiosidade sobre o RPG Terror é que os participantes costumam divulgar no Orkut um jornal com os acontecimentos de cada rodada.
O interessante é que as informações são postadas como se fosse uma notícia de jornal:
Em um dos jornais , o participante fala sobre uma tentativa de invasão ocorrida durante uma rodada. São textos como este:
Uma ação frustrada dos traficantes das comunidades da Providência e Vila Aliança levou pânico as ruas de Senador Camará (bairro da Zona Oeste). Segundo moradores, os bandidos estavam fortemente armados, em vários carros, chegaram a disparar alguns tiros, porém foram contidos rapidamente pela polícia. Informações dão conta de que o líder local teria arregado (sic) a polícia em 15 mil.
O jogo é disputado até por pessoas de nível superior. O administrador do RPG que começará em agosto diz no Orkut que é formado em jornalismo, estudante de contabilidade, casado e com filhos.
Muitos, porém, entram no jogo com perfis falsos (fakes) e fazendo alusão a personagens, como Nandinho da Bazuca (ngelo Paes Leme), do seriado A lei e o crime, da TV Record ou com a foto de Robinho Pinga, traficante falecido em 2007.
Há várias comunidades com esse jogo. A última criada foi RPG Terror, Nova Geração . Há ainda RPG Terror 3 , RPG Favelas e RPG Terror Final , cujas partidas já se encerraram.
Até o ano passado, o jogo possuía um site próprio, que acabou retirado do ar.
Normalmente, todas as disputas costumam a ter as mesmas regras, com pequenas alterações de uma para outra. Já houve casos em que as rodadas eram feitas via MSN.
A criatividade dos jogadores é grande. Para realizar os bailes funks, por exemplo, que garantem lucros à facção, os participantes precisam baixar um programa para executarem uma música do gênero na exata hora em que estão jogando.
Cada jogador precisa criar um apelido para entrar na partida. Para o próximo jogo, já estão inscritos seis pessoas.
O administrador está pedindo que os internautas divulguem o jogo para conhecidos ou amigos. Solicita ainda que, apesar de ser uma brincadeira, todos levem muito a sério a disputa, avisando e alertando sobre possíveis atrasos para não irritar os outros jogadores. Curiosamente, pede também que todos encarem a partida com espírito coletivo e não levem para o pessoal.
Memória
O RPG Favelas ou RPG Terror não é o único jogo que simula batalha entre facções criminosas no Rio de Janeiro.
Em 2007, surgiu um jogo semelhante, o War in Rio .
Baseado no War original, ele tem um tabuleiro com o mapa da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, com as favelas e cada cor de peças representava uma facção, a polícia e as milícias. Até hoje está no ar um blog para discussão do War in Rio , que não chegou a ser comercializado.