Jornal do Brasil
RIO - A Rua Sacopã, na Lagoa um dos acessos à Ladeira dos Tabajaras, em Copacabana voltou a conviver com a insegurança sexta-feira. Policiais escoltaram o helicóptero do Corpo de Bombeiros que foi resgatar o corpo de um homem do meio da mata. A polícia suspeita de que seria do traficante Francisco Rafael da Silva, conhecido como Mexicano, 27 anos, ex-chefe do tráfico no Morro Santa Marta, em Botafogo. Após a ocupação policial da comunidade Dona Marta, Mexicano expulsou traficantes da Ladeira dos Tabajaras, que se refugiaram na Rocinha e organizaram a invasão que aconteceu há duas semanas. No confronto com a polícia, nove pessoas morreram e 21 suspeitos foram presos.
O corpo resgatado já estava em decomposição avançada. Policiais do 2º BPM (Botafogo) requisitaram o apoio dos bombeiros por desconfiar que havia um corpo no alto do morro, devido à grande quantidade de urubus que sobrevoavam a área. O corpo ainda não foi identificado, mas a polícia suspeita de que seja pelo menos de um traficante da região.
Com ele chega a 10 o número de mortos desde que bandidos da Rocinha invadiram a Tabajaras. Os bandidos chegaram a tomar a ladeira, mas foram rechaçados pela polícia. Os traficantes da Tabajaras, por sua vez, se refugiaram no Morro Pavão Pavãozinho, em Copacabana. Além disso, 21 supostos traficantes foram presos, todos da Rocinha.
Quinta-feira, a 10ª DP (Botafogo) informou que vai pedir a prisão de mais de 20 supostos traficantes que teriam participado da tentativa de invasão à Ladeira dos Tabajaras. O pedido à Justiça será feito na semana que vem.
Também na quinta-feira, a polícia encontrou um artefato bélico de cerca de 60 centímetros na mata que fica nas proximidades da Ladeira dos Tabajaras. O artefato seria uma granada de morteiro iluminativa. O Esquadrão Antibombas foi chamado, mas não precisou explodir o material.
Segundo o esquadrão, o morteiro tem a única intenção de iluminar determinada área. O artefato é de uso exclusivo da Forças Armadas e estava quebrado. De acordo com o esquadrão, alguém já tinha tentado usá-lo.
As últimas mortes aconteceram na quarta-feira. A polícia voltou ao local, matou quatro supostos bandidos e feriu dois. A partir de informações do setor de inteligência, cerca de 50 policiais militares de cinco batalhões foram à favela em busca de um acampamento que haveria no alto do morro. Na ação, 14 armas foram apreendidas.
No fim de março, nas operações policiais realizadas na comunidade, 19 pessoas foram presas. A movimentação policial na ladeira começou depois que traficantes da Rocinha tentaram invadir a favela em Copacabana. A polícia suspeita de que o número de mortos possa chegar a 30, mas ainda não foram encontrados todos os corpos. A ocupação continua por tempo indeterminado.