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Em debate na Record, Paes e Witzel voltam a trocar ofensas e esquecem das propostas

Bruno Kaiuca -
Eduardo Paes e Wilson Witzel em debate da Record
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Eduardo Paes e Wilson Witzel voltaram a focar nas trocas de farpas em detrimento das apresentações de propostas mais concretas para o governo do Estado do Rio. Atrás nas pesquisas, o candidato do DEM adotou mais uma vez postura ofensiva. Usou a figura de Luiz Carlos Azenha - condenado a dois anos de reclusão em regime aberto por corrupção ativa e por ter escondido o traficante Nem na mala de um carro, durante sua fuga da Rocinha -, que ajudou na campanha de Witzel. Já o ex-juiz federal rebateu os ataques na mesma moeda, insistindo na relação entre Paes e Jorge Picciani. Sobre Azenha, desconversou.

Os candidatos começaram o primeiro bloco adotando tom mais ameno que no debate anterior. Eduardo Paes afirmou ter "compromisso de assumir a questão da segurança pública". Wilson Witzel, em contrapartida, frisou ser "fundamental que o legado da intervenção federal seja aproveitado pela política". Paes e Witzel discordaram ainda quanto ao comando das forças armadas. O primeiro, caso eleito, disse que irá 'assumir o comando das forças de segurança'. Já o segundo garantiu que as forças "não podem ficar sob comando do governador".

Sobre transporte público, Paes destacou que, para ele, será prioridade que o bilhete único permita três viagens. Além disso, o ex-prefeito garantiu que investirá no transporte sobre trilhos, mas sem deixar de lado o BRT. Witzel quer "reconcessionar [sic] Supervia, Barcas e acabar com a corrupção na Fetranspor.

Os ataques começaram quando Paes trouxe à tona reportagem da revista Veja que cita a relação de Witzel com Luiz Carlos Cavalcanti, ex-advogado do traficante Nem. O ex-juiz federal, por sua vez, rebateu atrelando o ex-prefeito ao governador Pezão e ao ex-governador Sérgio Cabral. 

Paes e Witzel seguiram na mesma toada, focando nos ataques, associando figuras envolvidas em escândalos um ao outro. Num dos poucos momentos de debate frutífero, com apresentação de propostas, Eduardo Paes disse que a "infraestrutura turística do Rio precisa ser revista". O ex-juiz, tecendo comentário sobre esporte infantil, afirmou ser necessário urbanizar as cidades, acabando com a divisão "morro/ asfalto". "O esporte no Rio deve dar espaço para que as crianças possam usufruir", frisou Witzel. 

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Eduardo Paes e Wilson Witzel em debate da Record (Foto: Bruno Kaiuca)

No campo da saúde, Eduardo Paes prometeu levar para todo o Estado as clínicas da família. Na seara da educação, Wilson Witzel destacou que seu governo dará ênfase ao ensino profissionalizante. Sobre a UERJ, o ex-juiz explicou que, se eleito, fará com que a instituição foque em pesquisas.

Mais ataques, menos propostas

Mesmo respondendo perguntas formuladas pela audiência, os dois candidatos continuaram os ataques. Paes voltou a indagar Witzel sobre seu relacionamento com Luiz Carlos Azenha (condenado a dois anos de reclusão em regime aberto por corrupção ativa e por ter escondido o traficante Nem na mala de um carro, durante sua fuga da Rocinha). O candidato do PSC voltou a afirmar que Azenha foi seu aluno, não faz parte da sua campanha, “é um eleitor, mais um admirador” e voltou a alfinetar Paes por conta da relação do ex-prefeito com o clã Picciani. O ex-juiz disse ainda que, durante a administração de Eduardo Paes, "a prefeitura era uma incubadora de corruptos".

 Ao ser perguntado sobre o que faria com relação à segurança pública, Witzel afirmou que deseja "integrar segurança privada e segurança pública tal qual o sistema inglês". Sobre saúde, disse que irá reestruturar os hospitais públicos e irá "cancelar seu plano de saúde" porque irá "confiar no sistema". Eduardo Paes prometeu terminar as construções de hospitais em Queimados, Friburgo e São Gonçalo. Falou ainda que irá reabrir leitos na Baixada Fluminense.

Wilson Witzel começou o terceiro bloco com nova "canelada". O ex-juiz perguntou ao ex-prefeito qual era o significado do apelido "Nervosinho". Paes desconversou e voltou a bater em Witzel. "Tenho uma vida limpa, digna. Não sou amigo do advogado comparsa do Nem", disparou o candidato do DEM. "Você é um falso caçador de corruptos", completou Eduardo Paes.

Assim como no debate realizado pela Band na última quinta-feira (18), Paes questionou Wilson Witzel sobre o período em que ele foi juiz federal no Espírito Santo. "Na oportunidade que o candidato Witzel teve de combater o crime ele pediu para sair", atacou o candidato do DEM. Witzel justificou dizendo que não poderia colocar sua família em risco.

Considerações finais

Eduardo Paes

"Tenho muita convicção no nosso Estado. Tenho a certeza e a convicção de que nosso Estado é viável. Dá para investir na segurança, na saúde, na educação e gerar mais empregos."

Wilson Witzel

"Acredito que a política precisa de renovação. Não precisamos mais desses políticos profissionais que pulam de cargo em cargo. Nós vamos acabar com essa política do toma lá, dá cá, essa política de incubadora de corruptos."