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Witzel não vê 'ilegalidade' ou 'imoralidade' em orientação para receber mais gratificações

Vídeo mostra palestra do candidato do governo do Rio explicando manobras para receber dinheiro extra

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Candidato ao governo do Rio, Wilton Witzel (PSC) afirmou neste domingo (14) que não vê ilegalidade ou imoralidade nas declarações que fez em uma palestra a juízes federais na qual ensina o que fazer para acumular gratificação. No vídeo, Witzel explica a uma plateia como obter uma gratificação extra no valor de R$ 4 mil adotando expedientes para acumular processos em mais de uma vara.

"O que foi falado é feito legalmente. Aquilo que está na lei é moral. Aquilo que não está na lei é que é imoral", argumentou Witzel em ato de campanha em uma feira na Barra da Tijuca.

Witzel afirmou que não se lembra quando a palestra foi proferida. ".Tudo que falei está aprovado por resoluções, é feito legalmente. Há uma preocupação muito grande para se pagar a previdência de juízes e servidores. O interesse do juiz é ter uma remuneração justa. Se recebe acima do teto, esse repasse tem caráter indenizatório, como manda a Constituição", completou.

 O vídeo

O ex-juiz aparece em um vídeo explicando o acordo que fazia quando ainda trabalhava na Justiça Federal para incorporar a gratificação de acúmulo ao seu salário, além dos auxílios-moradia e alimentação. No vídeo, revelado pelo jornal O Globo neste sábado, 13, o candidato conta a "engenharia" elaborada por ele e pelo seu substituto para receber mais R$ 4 mil todo mês.

"Os juízes hoje estão recebendo auxílio-moradia, auxílio-alimentação e a gratificação de acúmulo, que eu sei que na Justiça do Trabalho é muito mais difícil de receber. Mas na Justiça Federal praticamente todos os juízes recebem a gratificação de acúmulo que é de R$ 4 mil. Eu recebo. Expulsei o juiz substituto da minha Vara. Falei: 'negão, ou você vai ficar um ano fora ou vou te expulsar da Vara'. Brincadeira, adoro meu juiz substituto, mas se ele ficar eu não recebo. E aí a gente fez uma engenharia. Todo mês, 15 dias do mês o juiz substituto sai da Vara", afirma Witzel no vídeo.