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CULTURA - Caminhada dos Cravos acontece domingo em Icaraí

Portugueses ilustres da cidade também serão festejados

Divulgação -
Vereador Leonardo Giordano, primeiro à direita, vai homenagear a abertura democrática portuguesa, no Campo São Bento
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Vereador Leonardo Giordano, primeiro à direita, vai homenagear a abertura democrática portuguesa, no Campo São Bento (Foto: Divulgação)

O vereador Leonardo Giordano (PCdoB) vai promover, domingo, no Campo São Bento, a VII edição da Caminhada dos Cravos, um cortejo homenageando a revolução portuguesa. O ato político começa às 12h, com saída do coreto. A partir das 13h, a turma vai aderir à Festa dos Cravos, que acontece no Centro Cultural Paschoal Carlos Magno, ali ao lado, com intervenção cênica, música brasileira e lusófona, roda de samba, poesia e convidados especiais.

"Em um momento de recrudescimento do fascismo e da intolerância no Brasil e no mundo, mais do que nunca precisamos recordar e nos inspirar nos valores de abril e na revolução portuguesa, que em sua dimensão afetiva e generosa segue sendo inspiração decisiva para socialistas, humanistas, democratas e progressistas em todo o mundo", diz Giordano.

Por iniciativa de Leonardo, a Câmara Municipal aprovou, na última quarta (24), três Moções de Aplausos a figuras portuguesas de destaque na cidade, dentre elas, o fundador do Caneco Gelado do Mario, Mário Martins. O bar/restaurante localizado no Centro é comandado há 50 anos pelo português, que é conhecido e admirado por todos. "Seu Mário" costuma cumprimentar os clientes nas mesas e, não raro, ele mesmo prepara os pratos de frutos do mar.

Outro homenageado pela Casa Legislativa, Marcelo Alves é dono do bar e restaurante De Colores, na Ponta da Areia, um dos estabelecimentos mais antigos do bairro - também chamado de Portugal Pequeno devido à forte presença de imigrantes portugueses que se estabeleceram na região. O De Colores foi fundado por Fernando Fernandes, imigrante português que chegou ao Brasil fugindo da guerra colonial que, durante a ditadura de Salazar, obrigava os jovens portugueses a enfrentar os povos africanos em países como Angola e Moçambique. Na Ponta da Areia, junto a diversos compatriotas, Alves ajudou a moldar a feição afetiva e cultural da região.

O terceiro homenageado é o morador de Santa Rosa, Mário Seixas Rodrigues, que nasceu em 1939 na cidade de Macieira, antiga freguesia portuguesa do Concelho - município - de Sernancelhe. Veio para o Brasil aos 13 anos de idade por causa dos conflitos da guerra e da ditadura de Salazar, e se instalou no bairro do Flamengo. Trabalhou como vidraceiro na Casa Santoro, de uma família de italianos, e no Banco Francês e Brasileiro, de onde saiu apenas para se aposentar.

45 anos da Revolução dos Cravos

Na madrugada de 25 de abril de 1974, a Rádio Renascença, emissora católica portuguesa, transmitiu a canção Grândola, Vila Morena, do compositor José Afonso. A música era o sinal esperado para que jovens militares do Movimento das Forças Armadas dessem início à Revolução dos Cravos, levante que derrubou uma das mais longas ditaduras do século XX.

Orquestrado por cerca de 200 capitães e majores, o levante, que completou 45 anos na última quinta (25), pretendia restabelecer a democracia em Portugal, paralisada desde 1933 pelo Estado Novo de António de Oliveira Salazar, que governou o país até 1968, ano em que passou o poder ao seu herdeiro político, Marcello Caetano.

Antes da revolução, partidos e movimentos políticos eram proibidos de se manifestar, e diversos líderes oposicionistas estavam presos ou exilados. Além disso, a imagem das forças de segurança do país já se encontrava bastante desgastada pela duração do regime salazarista e, principalmente, pela “guerra no ultramar”, que reprimia os movimentos de libertação das colônias que Portugal ainda mantinha na África.

A promessa de democracia foi cumprida: em 25 de abril de 1975, aniversário de um ano da revolução, ocorreram as primeiras eleições diretas em 41 anos. Os socialistas venceram. Um ano depois, também no dia 25, entrou em vigor a nova Constituição do país.

A abertura democrática possibilitada pela Revolução dos Cravos foi significativa para a garantia de direitos civis e políticos. Mas não apenas isso: a Constituição do país assegurou direito à habitação, à previdência social, à saúde, à cultura, à educação, entre outros. Foi também o início de um largo processo de nacionalizações e do fim da guerra colonial.

Na sequência da revolução, foi instituído em Portugal um feriado nacional no dia 25 de abril, denominado “Dia da Liberdade”. (Com informações da assessoria de imprensa de Leonardo Giordano)

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