RIO

Miliciano Faustão usava arma registrada em nome de PM quando foi morto

Policial está preso administrativamente no Batalhão de Polícia de Choque

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 24/10/2023 às 17:43

Alterado em 24/10/2023 às 18:23

Miliciano Matheus da Silva Rezende, o 'Faustão' Foto: Reprodução

A arma encontrada com o miliciano Matheus da Silva Rezende, mais conhecido como Faustão ou Teteu, após confronto que culminou em sua morte, nesta segunda-feira (23), está registrada no nome de um policial militar do Rio de Janeiro.

Horas após a incursão da Polícia Civil na comunidade Três Pontes, em Santa Cruz, na Zona Oeste da capital fluminense, quando o criminoso teria sido alvejado após supostamente reagir a uma abordagem, o agente que consta como dono do armamento registrou uma ocorrência informando o extravio da mesma pistola Glock, em Teresópolis, na Região Serrana do estado.

A Secretaria de Estado de Polícia Militar informou, por meio de nota, que a sua Corregedoria e a 8ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar investigam o caso. O militar, que não teve a identidade revelada,  está preso administrativamente no Batalhão de Polícia de Choque.

Armas extraviadas

O registro foi feito às 23h08 desta segunda, na 110ª DP (Teresópolis), quando o policial militar, que é lotado no Batalhão de Choque, relatou que "não tem ideia" de onde perdeu a pistola, nem quando isso aconteceu. Segundo seus cálculos, isso aconteceu nos últimos 15 dias.

Além da arma de fogo pertencente à Polícia Militar, dois carregadores, com 28 munições, também foram extraviados, segundo o PM. Ainda na delegacia, ele contou estar de férias e disse que o extravio teria ocorrido nesse período, no mês de outubro.

Ataques no Rio de Janeiro

A segunda-feira foi marcada por ataques contra o transporte público no Rio de Janeiro, com ao menos 35 ônibus incendiados, além de um trem, uma estação de BRT e quatro caminhões. O terrorismo teria sido motivado pela morte de Faustão, sobrinho do miliciano Luís Antônio da Silva Braga, o “Zinho”.

Segundo investigações da Polícia Civil, Matheus Rezende seria responsável pelo braço armado do grupo criminoso e atuava, principalmente, na proteção dos territórios já dominados. Ele era considerado o sucessor do tio.

Os atentados ocorreram enquanto o governador Cláudio Castro (PL) parabenizava a polícia pela ação que resultou na morte do miliciano. Horas depois, Castro afirmou em coletiva de imprensa que as forças de seguranças não vão descansar enquanto não prenderem os milicianos Zinho e Tandera, além do traficante Abelha.

Os ataques deixaram a população em pânico e causaram um caos na mobilidade urbana. Moradores da região levaram horas para chegar em casa ou tiveram que dormir no trabalho ou nas estações. A milícia responsável por c no Rio foi fundada por policiais, expandiu-se pelo estado na última década e vive crise interna após morte de ex-chefe.

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