RIO

Cláudio Castro manda assessoria censurar perguntas sobre greve dos professores

Durante entrevista coletiva no Palácio Guanabara, jornalistas só puderam perguntar sobre reforma tributária ao governador do Rio

Por Gabriel Mansur
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Publicado em 20/05/2023 às 06:21

Alterado em 20/05/2023 às 06:21

[Cláudio Castro] pires na mão Foto: Eliane Carvalho

Em meio à greve dos professores da rede pública de ensino do estado, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), "fugiu" dos questionamentos sobre o assunto nesta sexta-feira (19).

Embora tenha convidado a imprensa para uma coletiva no Palácio Guanabara, Castro, após atrasar uma hora e meia, orientou a assessoria de comunicação do governo (Ascom) a não deixar passar nenhuma pergunta que expusesse a crise na educação.

Os jornalistas eram orientados, individualmente, a "concentrar-se" exclusivamente na pauta da coletiva, "reforma tributária". O repórter que tentava furar o "crivo" da Ascom teve as dúvidas ignoradas. Ou seja: só podiam perguntar o que o governador queria ouvir.

Entenda o caso

Profissionais da Educação do Estado do Rio de Janeiro entraram em greve na quarta-feira (17). A reivindicação da categoria é a implementação do piso nacional do magistério para professores e funcionários administrativos.

A greve foi decidida em uma assembleia no último dia 11, em que o Sindicato dos Professores da Educação do Estado do Rio de Janeiro (Sepe-RJ) se reuniu com representantes do governo.

O Estado afirma que quem já ganha acima do piso não terá reajuste. Já os professores pedem essa implementação. A referência do piso é o salário mínimo nacional.

Segundo o sindicato, no município do Rio 80% dos professores estão em greve, enquanto 60% a 70% dos profissionais do estado também aderiram à paralisação. Há colégios 100% fechados.

Já o governo, em nota divulgada à imprensa na quarta, contrariou os números informados pelo Sepe e afirmou que 96% dos profissionais foram trabalhar.

A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) disse que respeita a decisão de greve dos profissionais da Educação e que cabe aos órgãos de Justiça verificar sua legalidade.

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