RIO
Prefeitura do Rio assina a compra do histórico edifício A Noite
Por JB RIO
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Publicado em 31/03/2023 às 14:55
Alterado em 31/03/2023 às 15:17
Ana Cristina Campos - O prefeito do Rio, Eduardo Paes, assinou nesta sexta-feira (31) a compra do edifício Joseph Gire, conhecido como A Noite, na Praça Mauá, região portuária da capital fluminense. O município adquiriu o imóvel histórico, que pertence à União e estava há anos abandonado, por R$ 28,9 milhões. O preço foi fixado em setembro do ano passado pela Secretaria do Patrimônio da União (SPU), na modalidade venda direta, após três tentativas frustradas de leilão.
Segundo o prefeito, a região portuária vive uma consolidação do projeto Porto Maravilha, que só foi possível com a parceria com o governo federal por iniciativa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
“Vamos ter o edifício A Noite disponibilizado para o mercado em condições favoráveis. A prefeitura tem uma flexibilidade na sua legislação, com a CCPAR [Companhia Carioca de Parcerias e Investimentos] que consegue negociar melhor com o setor privado. Nosso desejo aqui é que a gente tenha um projeto residencial ou hoteleiro. A prefeitura não pretende investir em reforma. Já temos construtoras que manifestaram interesse. A gente entende isso aqui como um investimento para a cidade”, disse Paes.
Primeiro arranha-céu da América Latina, o prédio foi inaugurado em 1929. Com 22 andares e 102 metros de altura, o prédio foi projetado pelo arquiteto francês Joseph Gire, que desenhou também os projetos dos hotéis Glória e Copacabana Palace. Foi sede do jornal A Noite e da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, além do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
Em 1940, o edifício A Noite passou para o poder da União. A Rádio Nacional, emissora da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), funcionou no local até 2012, quando foi transferida para o bairro da Lapa, no centro do Rio, em razão de reformas que seriam efetuadas no local. O projeto de construir no arranha-céu o Museu do Rádio não prosperou.
Atualmente, o prédio está vazio, sem uso e custa mais de R$ 1 milhão por ano com manutenção de elevadores, segurança, brigadistas e taxas de concessionárias. O edifício foi tombado em 2013 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em duas categorias: Belas Artes, por suas características arquitetônicas e inovações artísticas, e Histórico, pela importância que teve na história do rádio e da cultura brasileira.
“Um imóvel desse porte não pode ficar sem uso. A alienação desse prédio vai ter um efeito multiplicador em todo o centro. Já é uma região revitalizada, tem uma série de empreendimentos aqui, então a gente fica muito feliz com esse projeto do município do Rio com possibilidade de geração de emprego e renda”, disse o superintendente substituto da SPU no estado do Rio, Carlos Rodrigues. (com Agência Brasil)