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Velório de João Gilberto termina ao som de 'Chega de Saudade' no Municipal do Rio

Tânia Rego/Agência Brasil -
O corpo do cantor, compositor e violonista João Gilberto é velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro
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RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Terminou às 14h20, com a música “Chega de Saudade”, o velório do cantor João Gilberto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Cerca de cem amigos e familiares encerraram a cerimônia cantando a música de Tom Jobim, que foi imortalizada por João Gilberto há 61 anos, em 1958.

Em seguida, aplaudiram o músico, que morreu na tarde de sábado (6), aos 88 anos, em seu apartamento no Leblon. Antes, uma cerimônia religiosa de meia hora foi aberta por músicos e cantores da orquestra do Theatro, que executaram algumas canções, como Bachianas Brasileiras n.4

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O corpo do cantor, compositor e violonista João Gilberto é velado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rego/Agência Brasil)

“Que a gente continue cantando a música de nosso pai”, disse a filha aos presentes e à meia-irmã adolescente, Luísa, que esteve o tempo todo ao seu lado. O corpo chegou ao local no início da manhã, em caixão aberto, e segue para o cemitério Parque da Colina, em Niterói (região metropolitana). O enterro está programado para as 16h.

Bebel é filha de João com a cantora Miúcha, morte no ano passado e Luísa, fruto do casamento com Cláudia Faissol. Quieta, cabisbaixa e com as mãos entrelaçadas, a moçambicana Maria do Céu Harris, que morava com ele no fim da vida, também não saiu do lado do companheiro.

Terminou às 14h20, com a música “Chega de Saudade”, o velório do cantor João Gilberto no Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Cerca de cem amigos e familiares encerraram a cerimônia cantando a música de Tom Jobim, que foi imortalizada por João Gilberto há 61 anos, em 1958.

Em seguida, aplaudiram o músico, que morreu na tarde de sábado (6), aos 88 anos, em seu apartamento no Leblon. Antes, uma cerimônia religiosa de meia hora foi aberta por músicos e cantores da orquestra do Theatro, que executaram algumas canções, como Bachianas Brasileiras n.4

“Que a gente continue cantando a música de nosso pai”, disse a filha aos presentes e à meia-irmã adolescente, Luísa, que esteve o tempo todo ao seu lado. O corpo chegou ao local no início da manhã, em caixão aberto, e segue para o cemitério Parque da Colina, em Niterói (região metropolitana). O enterro está programado para as 16h.

Bebel é filha de João com a cantora Miúcha, morte no ano passado e Luísa, fruto do casamento com Cláudia Faissol. Quieta, cabisbaixa e com as mãos entrelaçadas, a moçambicana Maria do Céu Harris, que morava com ele no fim da vida, também não saiu do lado do companheiro.

No salão de entrada do teatro, uma coroa de flores da família Jobim dizia “todo amor para o nosso gênio João”. Outra, da cantora Rita Lee, afirmava “homenagem ao mestre dos mestres”. Entre os amigos que foram à cerimônia estão a atriz Glória Pires, que chegou cedo e não falou com a imprensa, e Adriana Calcanhoto. “Se o João Gilberto não existisse, não fizesse aquela batida do violão, eu não existiria”, declarou a cantora ao sair.

A cantora de bossa nova Teresa Cristina também prestou homenagens. “Eu não sei se é um dia de luto, eu acho que seria um bom dia para a gente falar dele e da obra dele. Por exemplo, eu nunca assisti o João cantar na vida, eu até brincava com os meus amigos: nossa, acho que o João Gilberto não existe, porque eu nunca vi”, contou.

A cantora Hanna, que gravou em dois volumes o projeto “O Amor é Bossa Nova – Homenagem a João Gilberto”, com duas canções autorais autorizadas pelo compositor (“Ho-ba-la-lá” e “Bim Bom”), disse que esteve com ele todos os dias da semana passada e ele estava “superdisposto”. “Não chegou a tocar comigo, mas cantava junto”, afirmou.

“João Marcelo [o filho mais velho] viu meu trabalho e disse 'vou querer que meu pai te conheça' e me levou. A gente falou sobre esse trabalho que estávamos desenvolvendo, mas não deu tempo. Deus chamou para ele fazer nova bossa nova no céu, aí é com Tom Jobim e Vinicius de Moraes”, completou.

Alguns fãs chegaram aos poucos, limitados por uma fita a cerca de um metro do caixão aberto, e os seguranças pediram que não ficassem por muito tempo, por isso o local não estava muito cheio. Ao longo da manhã, porém, o volume de pessoas que passavam pelo teatro foi aumentando.

Do lado de fora, o músico Paulo César Aguiar, 63, tocou repetidamente “Chega de Saudade” e outras músicas da bossa nova em seu trompete. “Sempre me inspirou. Fica essa homenagem a ele”, disse o admirador. Um outro músico tocou violão.

A médica cearense Fernanda Maia Carvalho, 33, que estava visitando o Pão de Açúcar quando ficou sabendo da morte do cantor, no sábado, também decidiu passar pelo velório. “A grande mensagem da música é que ela é eterna, ela nunca morre. Então João Gilberto continuará vivo, com certeza”, afirmou, ao lado dos três filhos pequenos.

João havia completado 88 anos no início do mês de junho, quando apareceu em uma rara fotografia publicada por sua nora, mulher de João Marcelo, nas redes sociais. Ele não dava entrevistas e não recebia ninguém em casa, a não ser familiares.