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RJ tem recorde de roubos de rua e mortes em confronto; homicídios caem

agência brasil/ arquivo -
As comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu durante ação de autoridades policiais
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Dados divulgados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) nesta segunda-feira (20) mostram que o estado do Rio de Janeiro teve, entre janeiro e abril de 2019, recordes de roubos de rua e de mortes em confronto com a polícia desde que esse tipo de ocorrência passou a ser compilada.

Ao mesmo tempo, segundo o órgão, houve recuo de 25,8% na taxa de homicídios em relação ao primeiro quadrimestre de 2018.

Em campanha e à frente do governo, Wilson Witzel (PSC) defende abertamente que policiais "abatam" criminosos com armas de uso restrito, como fuzis.

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As comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu durante ação de autoridades policiais (Foto: agência brasil/ arquivo)

Por conta de suas declarações, Witzel se tornou alvo de uma investigação preliminar na PGR (Procuradoria-Geral da República), como o UOL revelou no começo do mês.

O governador do Rio também foi alvo de denúncias na ONU (Organização das Nações Unidas) e na OEA (Organização dos Estados Americanos).

Recentemente, o Rio teve as duas operações policiais com mais mortos desde 2013: em fevereiro, uma ação da PM matou 15 pessoas nas comunidades do Fallet e Fogueteiro, em Santa Teresa; no começo desse mês, a Polícia Civil matou oito pessoas no complexo da Maré, zona norte do Rio.

Em ambos os casos, a Defensoria Pública do estado e a Defensoria Pública da União recolheram relatos de moradores denunciando suspeitos assassinados mesmo depois de serem rendidos pelos policiais. Após a repercussão negativa da ação na Maré, o governador Wilson Witzel defendeu a operação.

"Se você reclamar da atuação da polícia, é melhor não ter polícia. Se formos reclamar que tem polícia na rua e trabalhando, então é melhor fechar isso aqui e entregar a chave para o tráfico de drogas. A princípio, quem foi morto é porque estava de fuzil e atirou contra a polícia", afirmou ao jornal "O Globo".

558 MORTOS PELAS FORÇAS DE SEGURANÇA PÚBLICA

- Maior número para o período janeiro-abril desde 1998

- Aumento de 19% em relação ao mesmo período em 2018

- Em nota, a Polícia Militar do Rio disse que "as mortes em decorrência de intervenção policial estão em trajetória de queda desde o início do ano. Mais importante ainda é a redução dos demais indicadores criminais classificados no campo da letalidade violenta, como homicídio doloso e latrocínio."

44.698 ROUBOS DE CELULAR, A TRANSEUNTES OU EM COLETIVOS

- Maior número para o período janeiro-abril desde 1991

- Aumento de 2,5% em relação ao mesmo período em 2018

- Só de celulares, foram 9.586 roubos -alta de 13% em relação ao mesmo período em 2017

- A Polícia Militar foi questionada sobre os recordes de roubos de rua e homicídios por intervenção policial no estado, mas não respondeu até esta publicação.

2.020 MORTES VIOLENTAS

- Índice inclui homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e homicídio por intervenção policial

- Recuo de 17,9% em relação ao mesmo período em 2018

- Os homicídios dolosos caíram 25,8% -de 1.893 em 2018 para 1.405 neste ano.

IGOR MELLO