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Gari é morto após tiroteio no Vidigal e causa revolta em comunidade

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A morte de um gari comunitário provocou revolta na favela do Vidigal, zona sul do Rio de Janeiro. Willian Mendonça Santos morreu na noite desta segunda-feira (22) após tiroteio na comunidade. Moradores acusam a polícia de dar os disparos fatais.

"Chegando do trabalho, foi pra casa. Quando chegou em casa, não encontrou o filho. Ele saiu com a roupa de gari, porque nem de roupa ele trocou. Ele desceu as escadas gritando que era morador, que ia buscar o filho, e mesmo assim os policiais atiraram nele", disse à TV Globo um morador, que não quis se identificar.

O gari Willian Mendonça Santos, que morreu após ser baleado na favela do Vidigal; moradores acusam a polícia Reprodução/Facebook O gari Willian Mendonça Santos, que morreu após ser baleado na favela do Vidigal; moradores acusam a polícia Em nota, a Polícia Militar disse que policiais militares da UPP Vidigal foram atacados por criminosos armados durante um patrulhamento de rotina. E que, ao cessarem os disparos, a guarnição encontrou uma vítima ferida e realizou o socorro para o hospital municipal Miguel Couto.

Moradores do Vidigal confrontam a versão dos policiais e os acusam de alterar a cena do crime, ao retirar da comunidade o corpo do gari enrolado em um lençol. A divisão de Homicídios da Polícia Civil decidiu fazer uma investigação em cima do ocorrido.

A morte do gari provocou protestos. A avenida Niemeyer ficou interditada por três horas na noite desta segunda (22) por conta dos protestos de moradores pela perda de William. Eles atearam fogo no meio da pista, aos gritos de "Justiça", e o Batalhão de Choque interveio.

"Ele era muito querido na comunidade, todo mundo conhece nossa família desde criança, era um sujeito trabalhador", disse o irmão de William, Luiz Carlos Mendonça Santos.

Em uma página de Facebook da comunidade, Parceiros do Vidiga, com mais de 73 mil seguidores, centenas de pessoas lamentaram o ocorrido.

Nos comentários de uma postagem com a foto do gari, Willian foi classificado por amigos como um rapaz trabalhador, de bom humor incrível e sempre sorrindo. Os moradores também lamentaram o excesso de tiroteios na comunidade.

"Tiro todo dia. Estava demorando. Que tristeza! Isso precisa parar, ou próximas vítimas virão", postou a estagiária em nutrição Marcelle Henriques. "Não estou nem acreditando. Ontem encontrei com ele, super gente boa e trabalhador, não merecia morrer dessa forma, muito triste", escreveu Edileuza Braga.