Bombeiros trabalham no resgate de desaparecidos após ônibus ser atingido por um deslizamento de terra e queda de árvores na Avenida Niemeyer, na Zona Sul do Rio de Janeiro, na manhã desta quinta-feira (7). Pelo menos três deslizamentos de terra atingiram a Niemeyer. O prefeito do Rio de Janeiro Marcelo Crivella informou que foram contabilizadas cinco vítimas do temporal até a manhã desta quinta-feira (7). Crivella decretou luto oficial de três dias.
Um dos mortos é uma mulher que estava em um ônibus que foi atingido pela queda de uma barreira na Avenida Niemeyer, próximo ao Vidigal, na zona sul do Rio. Por volta das 9h40 da manhã, bombeiros e agentes da Defesa Civil ainda tentavam retirar o corpo do coletivo, que está coberto por árvores junto à pista. Outro passageiro do ônibus ainda está desaparecido e suspeita-se que ele esteja soterrado.
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Além da vítima que estava no ônibus, as chuvas causaram uma morte na Rocinha e outra no Vidigal. De acordo com o Corpo de Bombeiros, outras duas pessoas morreram durante o desabamento de uma casa em Pedra de Guaratiba, na zona oeste da cidade. No mesmo local, outros dois homens ficaram feridos e foram encaminhados ao Hospital Municipal Lourenço Jorge.
Um trecho da Ciclovia Tim Maia desabou após deslizamento, de acordo com a ONG Salvemos São Conrado. A parte danificada fica na Avenida Niemeyer. Em abril de 2016, a ressaca do mar de São Conrado, na zona sul, derrubou parte da estrutura da ciclovia, matando dois homens de 53 e 45 anos. Outras três pessoas ficaram feridas. A ciclovia havia sido inaugurada apenas três meses antes. Em fevereiro de 2018, houve o desabamento de um outro trecho após um forte temporal. A obra foi realizada pelo Consórcio Contemat-Concrejato para ligar o Leblon a São Conrado e custou R$ 45 milhões.
O Centro de Operações da Prefeitura do Rio informou nesta quinta-feira que a Avenida Niemeyer permanecerá totalmente interditada nos dois sentidos até a conclusão dos trabalhos das equipes da Prefeitura e do Corpo de Bombeiros. A orientação é que os motoristas que precisarem trafegar entre a Gávea e São Conrado nesta manhã acessem o Túnel Zuzu Angel.
Além de São Conrado, os bairros mais atingidos foram Barra da Tijuca, Itanhagá, Freguesia e as comunidades da Rocinha e do Vidigal. No total, 170 árvores e seis postes foram derrubados em razão do vento, e 17 bolsões de alagamentos foram formados nas ruas do Rio. Na estação Forte de Copacabana, a medição mostrou rajadas de vento de mais de 100 km/h. Crivella afirmou que 600 agentes da prefeitura trabalham para amenizar os efeitos das chuvas pela cidade.
Dos 35 pontos de alagamento registrados na capital, ainda existiam pelo menos nove por volta das 10h, em bairros como Itanhangá, Barra da Tijuca e Pechincha. Equipes da Comlurb trabalham nos pontos identificados. Até a publicação desta matéria, 11 bairros da cidade estavam sem luz, a maioria também na zona oeste.
A Defesa Civil municipal registrou 104 ocorrências para vistoria em decorrência das chuvas. Entre as principais, estão desabamentos de estruturas, ameaças de desabamento, rachaduras e infiltrações em imóveis, e deslizamentos de encostas.
Estado de crise
O Centro de Operações informou que a cidade entrou em estágio de crise às 22h15 de quarta-feira diante das fortes chuvas. A administração municipal recomendou que a população somente se desloque "em caso de extrema necessidade" e alertou que moradores de áreas de risco precisam ficar atentos aos alertas sonoros.
Com Estadão Conteúdo