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Witzel compara tráfico a nazistas em Jerusalém

Governador eleito reafirma intenção de manter política do abate

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Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, concedida em Jerusalém, o governador eleito do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC) comparou as facções criminosas do Rio aos nazistas e reafirmou a orientação de abater os bandidos que estiverem portando fuzis.

“A gente olha para os morros do Rio de Janeiro e vê que o que o crime organizado está fazendo com a população é algo cruel. Eles estupram, obrigam crianças a trabalhar e estuprar. Fiquei pensando nos pontos de contato [com o Holocausto]. O crime organizado, hoje, o PCC, o Comando Vermelho, estão muito próximos de uma ideologia nazista. A ideologia deles é que a droga é um produto que tem que ser protegido. E eles acabam cooptando jovens, estuprando mulheres, meninas. E estão fazendo a sociedade de refém. Precisamos, de certa forma, libertar esse povo. Há uma proximidade dessas facções criminosas com uma ideologia, essa sim, nazista e fascista”, disse Witzel, que desembarcou em Israel para uma “viagem técnica, mas também religiosa”.

Após visitar o Muro das Lamentações para “agradecer ao meu Deus pela permissão que está me dando de ser líder de um povo”, Witzel afirmou ao jornal que pretende adquirir cerca de 50 drones, mas esclareceu que os equipamentos deverão ser utilizados somente para monitorar bandidos do alto, prevenindo confrontos, e não “para disparar na cabeça de ninguém” — mesmo porque esses modelos ainda não são vendidos.

Witzel permanecerá em Israel até segunda-feira e tem agendadas reuniões com empresas de tecnologia israelenses como a Elbit e a Israel Aerospace Industries, conhecidas fabricantes de drones para uso civil e militar.

O ex-juiz também afirmou ao jornal paulista que solicitará a prorrogação da permanência das forças militares no Rio por mais seis meses, até reestruturar a Polícia Civil. Iniciada em fevereiro, a intervenção federal termina em 31 de dezembro e, segundo interlocutores dos militares, não deve ser prorrogada, se Witzel mantiver a intenção de extinguir a Secretaria de Segurança.