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Nunes diz que milícia participou de caso Marielle

Segundo secretário de Segurança, houve envolvimento com toda certeza

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O secretário de Segurança do Rio, general Richard Nunes, afirmou ontem, em entrevista à GloboNews, que a milícia está envolvida “com toda certeza” na execução da vereadora Marielle Franco (PSOL), ocorrida em 14 de março, seja como mandante ou com executora do crime. “Não é um crime de ódio. Falei isso logo na primeira entrevista que dei, em março, sobre isso. É um crime que tem a ver com a atuação política, em contrariedade de alguns interesses. E a milícia, com toda certeza, se não estava no mando do crime em si, está na execução”, disse Nunes ao canal de notícias. Indagado sobre há possibilidade de políticos terem participado do crime, o secretário respondeu: “Provavelmente”.

De acordo com Richard Nunes, as investigações já teriam produzido 14 volumes de inquérito e alguns culpados já teriam sido, inclusive, encontrados. O secretário ressalvou, contudo, que, antes de serem denunciados, é preciso reunir provas irrefutáveis contra os suspeitos, para que os responsáveis pelo crime depois não sejam inocentados nos tribunais. Nunes disse que espera solucionar o caso até o fim da intervenção, previsto para 31 de dezembro.

“Nós não podemos ser precipitados, porque no momento em que se prende, por exemplo, um dos participantes — a gente poderia tentar fazer isso —, não prende os demais. Alguns participantes nós temos, com certeza, agora o problema todo é esse: nós temos que criar uma narrativa consistente ligando esses atores com provas cabais que não venham a ser contestadas em juízo, no tribunal do júri. Aí sim seria um fracasso, que a sociedade não observasse esses criminosos sendo efetivamente condenados”, afirmou o secretário.