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Zona Oeste aumenta o som

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Começou ontem a 2ª Mostra Nacional de Música no espaço cultural da Escola Sesc de Ensino Médio, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Músicos de todo o país levaram ao palco a sonoridade de diferentes regiões. Ludmila Teixeira, analista de produção cultural da Escola Sesc, explicou o porquê dessa diversidade de tons. “A gente tem sempre dois representantes de cada região do país, com estilos e trajetórias diferentes. O objetivo é fortalecer e valorizar a diversidade musical e dar visibilidade a grupos que, por estarem fora do eixo Rio-São Paulo, não chegam aqui”, argumentou Ludmila.

Ela realçou também a verdadeira usina de som resultante dos encontros de bandas de diferentes gêneros e estilos. Assim, acrescentou a produtora, incentivam-se trocas entre os dez grupos de 70 artistas que se farão presentes no evento até o próximo sábado.

O laboratório sonoro dá samba, frevo, moda de viola. Sempre à tarde, cantores e instrumentistas vão dar oficinas a alunos de música da Escola Sesc, moradores das comunidades da região e seminários sobre a música brasileira. À noite, vão rolar apresentações ao público. As atividades são gratuitas, mas as oficinas demandam inscrição para formar as turmas. “No primeiro dia, a gente abre a mostra com a Orquestra da Escola Sesc de Ensino Médio e, nos outros dias, com o Projeto Bandas, também da escola, seguidos por dois espetáculos da mostra”, disse Ludmila.

A Escola Sesc de Ensino Médio promove o projeto Usinas de Arte há dez anos. Cursos de instrumentos e outras linguagens artísticas dão ritmo à iniciativa. Além da orquestra da escola, o projeto Bandas dá o caminho das pedras aos alunos para criar suas próprias bandas, como se fosse tal como acontece em uma incubadora, comparou a analista de produção cultural.

Algo de concreto surge de tanta atividade. A escola sempre lança uma banda, com gravação de um CD, e pavimenta o caminho de seus integrantes no que diz respeito à carreira. “Eles têm assistência nos ensaios e a gravação é toda conduzida pelos nossos professores de arte”, explica Ludmila. O último CD foi lançado há duas semanas.

Os cursos de música da Escola Sesc de Ensino Médio contam com 150 alunos internos e externos, estes oriundos das comunidades da Zona Oeste do Rio, como Cidade de Deus e Gardênia Azul. “Toda a Zona Oeste é contemplada aqui pelo nosso espaço”, informou Ludmila. O critério de escolha dos artistas que participam da Mostra Nacional de Música passa por uma curadoria formada por profissionais do Sesc de todo o país. A qualidade artística, a originalidade e o ineditismo das obras contam pontos. Segundo a assessoria de imprensa do Sesc, este ano a mostra terá shows de Gabriel Carmo, de Mato Grosso (MT), que elabora uma interessante amálgama entre ritmos brasileiros e africanos. Outras atrações são: Karola Nunes (MT), com sua música matogrossense; Achiles (BA), cantor e compositor de música popular; Josué Costa (PI), com show instrumental do frevo ao choro; Tuer Lapin (RO), com música eletrônica; Arraial do Pavulagem (PA), com música tradicional da região amazônica; As Iyagbás (RJ), com canções inspiradas em contos yorubás; Caipirando (RJ), com clássicos da música caipira; Tribo Maçambiqueira (RS), com canções inspiradas no povo negro; e Yangos (RS), referência da música instrumental sul brasileira. (Com Agência Brasil)