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Crivella denuncia BRT e é cobrado por saúde

Transoeste tem prejuízo milionário; defensor cobra por calamidade pública

Marcello Dias/AE -
Crivella entre o secretário de Infraestrutura, Sebastião Bruno (esq.) e Roberto Nascimento, da Seconserma (dir.), durante entrevista
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O BRT (Bus Rapid Transit) Transoeste — corredor expresso de ônibus que liga a Barra da Tijuca à Santa Cruz inaugurado há seis anos — teve prejuízo superior a R$ 500 milhões decorrente de irregularidades como uso de material de qualidade abaixo da especificada no contrato. Foi o que declarou o prefeito Marcelo Crivella ontem, durante coletiva de imprensa. Segundo o prefeito, todas as falhas encontradas na obra, que custou R$ 1,03 bilhão, constarão em relatório que será encaminhado ao Ministério Público estadual.

Na semana passada, Crivella já havia anunciado a apuração de irregularidades no corredor Transcarioca (que liga a Barra da Tijuca ao Aeroporto Internacional Tom Jobim). Lá, segundo a atual gestão, constatou-se que o concreto estava fora da espessura determinada pelo contrato e estavam faltando materiais como ferro e malha de aço. As inspeções em ambos os corredores, que estão sendo realizadas em parceria pelas secretarias municipais de Infraestrutura e Habitação e de Conservação e Meio Ambiente, devem durar mais sete dias.

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Crivella entre o secretário de Infraestrutura, Sebastião Bruno (esq.) e Roberto Nascimento, da Seconserma (dir.), durante entrevista (Foto: Marcello Dias/AE)

“O município foi lesado profundamente (...) A nossa intenção é ressarcir o município. Há um dever de dignidade e consciência para com a população do Rio, de dar a ela a obra que pagou. É nisso que estamos interessados”, criticou.

Saúde em calamidade

Durante a coletiva, o prefeito foi questionado sobre a decisão do defensor publico da União, Daniel Macedo, que anunciou ontem que recomendará ao município que decrete estado de calamidade na saúde pública do Rio. Irritado, rebateu: “É uma medida meramente política. A Defensoria não tem moral para colocar o dedo na minha cara (...) Não admito isso”.

Ao criticar a saúde pública municipal, o defensor público também defendeu a criação de um gabinete de crise com município, estado e União para garantir mais transparência às filas. Segundo ele, os pacientes não sabem quando serão atendidos, e as decisões liminares na Justiça para garantir atendimento na saúde estão se transformando em certidões de óbito.