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MDB ainda aposta em Meirelles

Executiva Nacional garante que ex-ministro não deixará a disputa

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O MDB empurrou sua convenção nacional para o final de julho ou início de agosto, no fim do prazo permitido pela legislação eleitoral para que os partidos apresentem os seus candidatos. Assim, o ex-ministro Henrique Meirelles ganha mais tempo para tornar um nome competitivo diante os convencionais emedebistas e também na opção dos eleitores.

Dirigentes do partido saíram ontem da reunião da Executiva Nacional com o discurso uníssono de que Meirelles é e continuará sendo o candidato do partido à Presidência. A estratégia é negar que esteja havendo cotejamento dos demais pré-candidatos de centro. A versão que traziam era a de que a marca MDB por si só já seria suficiente para emplacar a candidatura de Meirelles. “O partido tem força nos estados. Basta as lideranças indicarem o 15: digita o 15 (o número do MDB)’”, disse o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, vice-presidente da legenda, ao minimizar o fato de o ex-ministro da Fazenda ainda aparecer com 1% nas pesquisas.

Mas os cruzamentos estão sendo feitos e, segundo fontes que acompanham as discussões, Meirelles tem até o dia 20 de julho – ou logo após a Copa do Mundo – para melhorar a sua performance nas pesquisas. 

“O cenário das pesquisas continua congelado. Esperamos que após a Copa haja um degelo e esse processo possa começar a ter um indicador de crescimento e eu espero que Meirelles tenha esse indicador de crescimento”, comentou o presidente da sigla, senador Romero Jucá (RR). Por enquanto, estão congeladas também as negociações com o candidato tucano Geraldo Alckmin, que tenta arregimentar os partidos de centro em torno de sua candidatura. Jucá disse esperar que em meados de julho “haja uma movimentação de crescimento” que “mostre o descongelamento de um dos candidatos de centro, porque todos estão congelados há muitas pesquisas”. Só aí, segundo ele, as negociações poderão progredir. 

O MDB tem a seu favor a tranquilidade de ser o maior partido do país, com a maior fatia do fundo eleitoral, maior tempo de televisão e um pré-candidato disposto a tirar do próprio bolso o financiamento de sua campanha. “Temos condição de disputar eleição sem estar preocupado em ser vice em outra candidatura”, disse Jucá ao descartar a possibilidade de a legenda aceitar sair como vice em uma chapa com o PSDB. O contrário disso, segundo ele, seria factível. “Eu gostaria de alguém do PSDB (como vice)”, disse ele, completando que Alckmin “seria um bom nome”.

Ontem, os dirigentes oficializaram que não haverá financiamento para a candidatura à Presidência da República. A prioridade será o financiamento das campanhas a reeleição de deputados, que disporão, cada um, de R$ 1,5 milhão do fundo eleitoral e de senadores, que terão R$ 2 milhões.