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Partidos assinam documento por um só candidato liberal a presidente

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Com o intuito de conclamar précandidatos à Presidência da República a abrirem mão de suas candidaturas em prol da vitória do centro nas eleições deste ano, lideranças de sete partidos políticos lançaram, ontem, o manifesto “Por um Polo Democrático e Reformista”. O documento contém 30 assinaturas encabeçadas pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e seguidas por parlamentares do PSDB, DEM, MDB, PPS, PV, PSD e PTB, além de intelectuais.

Embora os idealizadores evitem apontar o nome de qual dos seis pré- -candidatos ditos de centro deve prevalecer na corrida eleitoral, nos bastidores fala-se de negociações para que apenas até o início da campanha oficial as opções de centro sejam o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), e o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin. Ainda no primeiro turno, aquele com menos chances de chegar ao segundo turno abriria mão da candidatura.

“Trata-se de um movimento suprapartidário carregado de ideias e com a convicção de que o Brasil precisa redescobrir o seu destino. A necessidade nacional, hoje, não é de mais intolerância nem mais radicalismo”, disse o deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) que, junto com o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), elaborou a minuta do documento. O argumento é que o cenário eleitoral que se tem hoje aponta para um segundo turno entre dois extremos que o deputado chamou de “protofascismo e bolivarianismo”, numa clara referência aos candidatos Jair Bolsonaro (PSL-RJ) e o que for indicado pelo Partido dos Trabalhadores. As pesquisas eleitorais mostram o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o deputado Bolsonaro como os primeiros colocados na preferência do eleitorado.

Pestana diz que o movimento “não pretende retirar o protagonismo dos pré-candidatos ou dos partidos políticos”, mas deve orientá-los quanto à necessidade de “uma grande convergência para o centro”. A partir de hoje os postulantes ao cargo de presidente serão procurados para assinarem o manifesto. A lista começa por Rodrigo Maia (DEM-RJ), “por causa da liderança que ele exerceu na negociação com os caminhoneiros durante a crise de abastecimento”. Embora estivesse na Câmara dos Deputados – local onde o manifesto foi lançado – Maia não compareceu ao evento. Outro parlamentar e pré-candidato enumerado pelo deputado e que não prestigiou o lançamento foi o senador Álvaro Dias (Pode-PR), também presente na Casa Parlamentar.

Além dos dois, Pestana afirmou que o movimento pretende dialogar com Marina Silva (Rede), Geraldo Alckmin (PSDB), Henrique Meirelles (MDB) e Flávio Rocha (PRB). O tucano Fernando Henrique Cardoso não compareceu ao evento, mas enviou mensagem, que foi lida pelo deputado Betinho Gomes (PSDB-PE). “O Brasil precisa recuperar a confiança no seu futuro. Não chegaremos lá voltando ao passado do autoritarismo ou ao passado mais recente do lulopetismo”, mandou dizer o ex-presidente.

Cristovam Buarque afirmou que o Brasil está à beira de um colapso, com a “desagregação do tecido social” e, ao mesmo tempo, “um vácuo político” que podem conduzir ao extremismo. “Este é um cenário terrível”, disse.