Quarenta e oito horas após a tragédia, um prédio comercial na frente do edifício Wilton Paes de Almeida, no centro de São Paulo, continua sendo monitorado por um equipamento alemão com raios infravermelhos, pois há risco de queda a qualquer momento.
Em caso de movimentação da estrutura, o aparelho emite alerta sonoro para evacuação. Rachaduras no topo do prédio identificadas no dia seguinte ao desabamento pelos bombeiros e pela Defesa Civil colocam em risco os homens que trabalham na remoção dos escombros.
"Observamos rachaduras, porém não dá para saber se foi após o desabamento ou não. Este era o que tinha mais indícios de um abalo estrutural", disse o tenente do Corpo de Bombeiros Guilherme Derrit.
Importado da Alemanha pelo Corpo de Bombeiros paulista, o equipamento é utilizado em ocorrências de desabamentos no Estado para monitorar a movimentação de estruturas. Em 2016, o aparelho foi usado nos deslizamentos de terra em Franco da Rocha, na região metropolitana de São Paulo, após enchentes provocadas por fortes chuvas.
"Qualquer movimentação da estrutura onde o raio está monitorando, o equipamento acusa imediatamente e emite alarme de altíssimo som avisando os bombeiros e pessoas que estão trabalhando para evacuarem imediatamente o local", explicou o tenente.
Segundo Derrit, a Igreja Evangélica Luterana já está condenada pela Defesa Civil e parte da estrutura pode ruir nos escombros onde os bombeiros trabalham. "Isso significa que a qualquer momento pode ocorrer a queda de uma boa parte do telhado, uma queda estrutural da igreja", afirmou. "Os bombeiros já sabem disso e trabalham com a máxima cautela", disse Derrit. De acordo com ele, provavelmente a Igreja precisará ser demolida. Um laudo da Defesa Civil vai determinar a necessidade ou não de demolição.
Já o prédio que fica atrás do edifício Wilton Paes de Almeida, onde os bombeiros abriram buracos para resgatar vítimas durante o incêndio, não tem risco de desabamento, informou Derrit.