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Prédio desaba durante incêndio no Largo do Paissandu, no Centro de SP

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Um incêndio de grandes proporções seguido de desabamento atingiu um prédio de mais de 20 andares no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (1º). Um edifício vizinho também pegou fogo nos três primeiros andares, mas não corre risco de colapso. A Igreja Evangélica Luterana, que fica ao lado do prédio em chamas, também pegou fogo e parte da estrutura desabou. 

O presidente Michel Temer, que foi passar o feriado do Dia do Trabalho em sua residência na capital paulista, fez uma rápida passagem pelo local do incêndio. Recebido com gritos por pessoas que acompanham os trabalhos, ele deixou o local após breve fala para a imprensa. Temer destacou que o governo vai garantir assistência aos atingidos pelo desastre e confirmou que o prédio desabado é da União.

O Prefeito de São Paulo Bruno Covas ressaltou em conversa com a imprensa no final da manhã que o governo do Estado já disse que vai colaborar com o aluguel social, e que as pessoas devem ser encaminhadas a centros de acolhida para passar o dia de hoje. "A gente espera que esse recurso do governo do Estado possa ser liberado o mais rápido possível para que a gente possa entregar esse aluguel social". 

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Bruno Covas frisou ainda que a Prefeitura estava acompanhando a situação do edifício que desabou, e que hoje tem um levantamento de quem morava no loca. De acordo com ele, às 16h, deve ser divulgada a organização do trânsito e os espaços que devem ser desocupados para o trabalho dos Bombeiros na remoção dos escombros. 

A Prefeitura solicita que donativos para as famílias sejam levados para a Cruz Vermelha Internacional, localizada na Rua Moreira Guimarães, 699, Indianópolis.

O Corpo de Bombeiros informa que, além de um homem que caiu quando o prédio desabou, outras três pessoas estão desaparecidas. Mais cedo, o Corpo de Bombeiros tinha informado a morte do morador e o desaparecimento de outras duas pessoas. A corporação, contudo, voltou atrás e agora fala apenas em desaparecidos.

"Uma das vítimas, que estava amarrada em um cabo, na hora que o prédio colapsou foi junto. A gente conseguiu localizar o cabo agora, só que ele está rompido por uma grande estrutura. A gente deve encontrar essa vítima", informou Henguel Ricardo Pereira, subcomandante do 2° grupamento do Corpo de Bombeiros, responsável pela região.

Segundo o secretário da Segurança Pública do Estado, Mágino Alves, o trabalho de retirada dos escombros pode levar até 10 dias.

O prédio em frente ao que desabou voltou a pegar fogo e bombeiros entraram no prédio para apagar o novo foco, que já foi controlado. Vidros foram quebrados para o vento circular dentro da edificação.

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Segundo o secretário municipal de Segurança Urbana, coronel José Roberto Rodrigues, de quatro a cinco prédios foram interditados no entorno do edifício que desabou.

De acordo com informações da Prefeitura, o desabamento teria afetado 248 moradores, que seriam encaminhados a espaço de assistência social. 

Em entrevista à Rádio Eldorado, mais cedo, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Marcos Palumbo, havia relatado que uma pessoa morreu. Segundo ele, a vítima estava sendo resgatada por uma corda pelos militares quando a estrutura do prédio desabou. Os militares abriram um acesso pelo edifício vizinho e a vítima já estava pronta para sair quando toda a estrutura colapsou, contou o porta-voz. A corda que prendia a vítima se rompeu e ela caiu. A vítima não foi encontrada, mas agora os bombeiros passaram a trabalhar com a hipótese de ela estar desaparecida. Um bombeiro também ficou ferido durante o desabamento, mas passa bem. 

Durante a entrevista, o porta-voz do Corpo de Bombeiros ressaltou que o prédio já havia passado por vistoria, na qual foram relatadas as péssimas condições do local às autoridades do município. Em um segundo momento, o objetivo é apurar quais autoridades receberam as informações sobre as condições do prédio. De acordo com a corporação, os compartimentos entre os andares eram divididos por madeira, o que ajudou a propagar as chamas.

O Corpo de Bombeiros afirmou ainda que era muito difícil entrar no local para verificar as condições do edifício, em razão da resistência dos ocupantes.

O governador de São Paulo, Márcio França, também esteve no local para acompanhar o trabalho de resgate. 

O prédio que desabou tinha mais de 20 andares e era uma antiga instalação da Polícia Federal. Antes de ruir, algumas pessoas pediam socorro no último andar. As chamas começaram no quinto andar, alastrando-se rapidamente para os níveis superiores. 

A Polícia Militar (PM) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) foram acionadas e auxiliam os trabalhos na região. Ambulâncias do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) estão de prontidão para atender as vítimas.

Comerciantes da região relatam correria nas ruas, com clientes deixando hotéis vizinhos às pressas. As testemunhas dizem que quebraram vidraças, espalhando-se rapidamente pelos andares e atingindo os prédios vizinhos.

"Eu estava em horário de serviço e escutei várias pessoas gritando, barulho de vidros caindo. Quando fui ver o que era, as ruas, que estavam desertas, ficaram cheias de pessoas desesperadas", disse o recepcionista Flávio Gabia, que trabalha em um hotel no Largo do Paissandu. Segundo ele, vários clientes deixaram o estabelecimento quando viram o incêndio. Um hotel ao lado dos edifícios em chamas também foi esvaziado e interditado.

Devido ao combate às chamas, a CET interditou o trecho entre a Avenida Rio Branco e a Rua Antônio de Godói e recomenda aos motoristas que evitem passar pela região do Largo do Paisandu. Três quarteirões estão fechados.

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* Com Estadão Conteúdo